- Nº 2685 (2025/05/15)

Potencialidades e perigos da Inteligência Artificial em debate

CDU

Realizou-se, no dia 7, em Lisboa, um debate sob o lema: «Inteligência Artificial: promover avanços, combater retrocessos.», promovido pelo PCP, no âmbito da candidatura da CDU.

João Ferreira, dirigente do PCP, introduziu o debate referindo que «não é nem um ponto de partida, nem um ponto de chegada», mas uma oportunidade de trazer o tema para a discussão e aprofundar reflexões. De seguida, intervieram os cinco membros da mesa, seguindo-se um momento de debate aberto.

Amílcar Cardoso, investigador e professor universitário, deu um contexto histórico e abordou os actuais desenvolvimentos da IA que já facilitam bastantes tarefas do dia-a-dia,deixando a reflexão «Quem controla estes meios? Empresas privadas.» Filipa Malva, cenógrafa, figurinista e dirigente do CENA-STE/CGTP-IN, alertou para os perigos nas artes, como no plano do direito de autor e a danificação do processo criativo e imaginativo. Hugo Dionísio, Jurista da CGTP-IN, tratou os impactos no mundo do trabalho, como a atomização e substituição dos trabalhadores ou a intensificação dos ritmos de trabalho. Maria João Rendas, investigadora e professora universitária aposentada, enquadrou as necessidades e insuficiências da regulamentação actual. Miguel Tiago, do Grupo de Trabalho para a IA e da Comissão de Assuntos Económicos do PCP, abordou a ligação intrínseca entre o sistema capitalista e a exploração com recurso à tecnologia disponível, sem esquecer as suas potencialidades, referindo que «o sinal político da tecnologia depende da classe que domina as relações de produção» em cada momento.

O PCP e a CDU apontam objectivos de fundo como o controlo público destas tecnologias, mas também iniciativas como a proibição da sua utilização em armas autónomas, a mediação de todas as decisões de agentes IA por seres humanos oua criação de um instituto nacional para a computação avançada.