Paulo Raimundo confia que a CDU vai crescer e Setúbal é um dos distritos em que esse crescimento é possível. Isso mesmo afirmou-o no final de uma muito participada acção de rua no centro de Almada, ao final da tarde de segunda-feira, 12. Reafirmando o que já tinha sido dito pelos dois primeiros candidatos por aquele círculo eleitoral, Paula Santos e Bruno Dias, o dirigente comunista lembrou que a presença da CDU ali não era ocasional nem se devia apenas ao período eleitoral. «Sempre cá estivemos», lembrou, na defesa dos CTT, da CGD (o balcão que existia naquele mesmo lugar, encerrou), das Urgências do Hospital Garcia de Orta, dos Centros de Saúde, do direito à habitação. No dia 19, garantiu, a CDU estará onde sempre esteve – e quantos mais votos e deputados tiver, mais forte será a luta em defesa dos direitos e condições de vida.
O Secretário-Geral do PCP realçou ainda que «não precisamos de gastar milhões nos mísseis que os EUA nos procuram impingir, temos sim que investir no Arsenal do Alfeite». Antes, já Paula Santos se referira a essa empresa tutelada pelo Ministério da Defesa para questionar: «onde está o investimento na modernização?»
A deputada e primeira candidata por aquele círculo comentou também as notícias daquele mesmo dia que davam conta do aumento da mortalidade infantil no País (e na região acima da média nacional). Para Paula Santos, este é o resultado do encerramento de Urgências, da falta de profissionais, do desinvestimento no SNS. A solução, garante, não está nas PPP, que só serve os privados. Reclamou ainda mais transportes públicos – barcos, autocarros e comboios, lembrando que na travessia ferroviária do Tejo, assegurada pela PPP da Fertagus, os passageiros viajam «como sardinha em lata».
Bruno Dias lembrou as tradições de luta do povo de Almada, referindo-se à estátua Aos Perseguidos, ali bem perto, e Isabel Camarinha salientou que o voto útil para melhorar a vida é na CDU.
Por um Serviço Público de Cultura
Antes, o Secretário-Geral do PCP participara numa conversa com artistas, criadores e trabalhadores da Cultura, que partilharam as suas angústias e dificuldades que marcam o seu dia-a-dia, criticaram o actual modelo de apoio às Artes, denunciaram as dificuldades que as companhias, os grupos e as escolas especializadas atravessam, e propuseram alternativas.
Paulo Raimundo apontou dois eixos principais da política cultural que a CDU propõe: a elevação das condições de vida de quem cria cultura e a criação de um serviço público de Cultura. O dirigente comunista esclareceu que tal não implica que o Estado decida quais são as opções culturais ou estéticas (isso é o que acontece hoje, garantiu), mas sim que cumpra as suas obrigações constitucionais.
Apelando à participação e à luta de profissionais e criadores do sector, Paulo Raimundo lembrou que se há coisa que «ninguém, em nenhum momento, conseguiu domar, foi a cultura».