As comemorações dos 80 anos da vitória sobre o nazi-fascismo, realizadas em Moscovo no dia 9, contaram com a presença de chefes de Estado e de governo de quase 30 países, que destacam o papel ímpar da União Soviética na libertação da Humanidade da barbárie nazi-fascista.
Mais de 11 mil militares desfilaram pela capital russa, numa cerimónia presidida por Vladimir Putin, que se iniciou com a tradicional marcha da Guarda de Honra empunhando a bandeira da Vitória, hasteada em 1945 sobre o Reichstag. Incorporados no desfile, participaram tropas de diversos países, como a China ou o Vietname, entre muitos outros.
Fizeram-se representar nestas comemorações dezenas de países de vários continentes. Para além da China e do Vietname, estiveram também representados ao mais alto nível países que integraram a URSS, Cuba, Venezuela, Egipto, Bielorrússia, Sérvia, Eslováquia ou Burquina Faso, entre outros.
À margem das comemorações, realizaram-se múltiplos encontros, bilaterais e multilaterais entre os representantes de dezenas de países.
No dia 8, os presidentes russo e chinês divulgaram um comunicado em que responsabilizam os EUA por aumentarem o risco de guerra nuclear e onde afirmam que responderão de forma coordenada a ameaças militares e tecnológicas. Para além de um longo encontro bilateral entre Vladimir Putin e Xi Jinping, os dois países assinaram ainda diversos acordos de cooperação. Tô Lâm, Secretário-Geral do Partido Comunista do Vietname, encontrou-se igualmente com o presidente Putin, tendo sido assinada uma declaração conjunta com vista a avançar a parceria estratégica compreensiva, aprofundando a cooperação nos sectores da energia, economia e defesa.
O chefe de Estado cubano, Miguel Diaz-Canel, esteve reunido com Vladimir Putin, com quem debateu questões de interesse mútuo. Ambos os presidentes concordaram em consolidar as relações de cooperação entre os dois países. Nicolas Maduro, presidente da Venezuela, também esteve reunido com o presidente russo, visando o fortalecimento dos vínculos de cooperação em diversas áreas entre os dois países. Lula da Silva, Presidente do Brasil, reuniu com o presidente Putin visando estreitar e refazer, com muito mais força, a construção de parceria estratégica entre os dois países. O presidente do Burquina Faso, Ibrahim Traoré, solicitou apoio para o desenvolvimento económico e social do seu país.
PCP reafirma: «Não ao militarismo e à guerra! Pela paz e a cooperação!»
O PCP saudou, a 9 de Maio, os 80 anos da vitória sobre o nazi-fascismo e, numa nota de imprensa, reafirmou a sua firme rejeição do militarismo e da guerra e reiterou a sua opção pela paz e a cooperação. O fascismo, lembra, foi uma resposta do capitalismo face à sua profunda crise e a expressão mais violenta da dominação dos grandes industriais, da grande finança e dos grandes agrários, constituindo um instrumento contra o movimento operário. O caminho que levou à Segunda Guerra Mundial mostrou que o fascismo e a guerra vão de mãos dadas.
Para o Partido, a correlação de forças mundial que resultou da derrota do nazi-fascismo, com o enorme prestígio alcançado pela União Soviética socialista e pelos partidos comunistas, abriu espaço a um período de grandes conquistas e progresso social: os povos de vários países na Europa, na Ásia ou na América Latina optaram pela construção de sociedades socialistas. Generalizou-se a luta pela independência nacional, que culminaria no fim dos impérios coloniais. Nos países capitalistas, os trabalhadores e os povos conquistaram importantes avanços, como sistemas públicos de saúde, de educação e de segurança social universais, liberdades e direitos políticos e sindicais, nacionalizações de sectores da economia, a paz. Foi precisamente para «conter e fazer recuar as forças da paz e do progresso social» que os EUA promoveram nesses anos uma violenta ofensiva.
Ampla convergência pela paz e pela liberdade
O PCP sublinha ainda a «particular actualidade» da vitória sobre o nazi-fascismo, face à nova investida do imperialismo, que incrementa a sua política de confrontação e de guerra. De novo, as classes dominantes de um «capitalismo em profunda crise optam pela violência, o militarismo e a guerra» – em que se inserem a escalada belicista promovida pelos EUA, a NATO e a UE e o genocídio do povo palestiniano. Alertando para o perigo que representa a apologia do militarismo e da guerra, o PCP apela aos democratas, aos trabalhadores, à juventude, ao povo português para que se mobilizem em prol da paz, rejeitando o militarismo, a escalada armamentista e a guerra.
Hoje, como há 80 anos, é necessária uma acção determinada e uma ampla convergência em prol da paz, da liberdade, da democracia, do progresso social, da cooperação e amizade entre os povos, acrescenta.