A par dos bombardeamentos contra a população palestiniana, Israel usa deliberadamente a fome como arma de genocídio na Faixa de Gaza, a quem impõe um cruel e desumano bloqueio desde 2 de Março. A resistência palestiniana está aberta a negociações e exige um cessar-fogo imediato, o fim do bloqueio e a entrada da ajuda humanitária no território.
Enquanto a resistência palestiniana intensifica esforços para, através de negociações, incluindo com a administração norte-americana, conseguir um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a entrada urgente de ajuda humanitária, indispensável para salvar a população da fome generalizada, as forças israelitas continuam a sua agressão genocida com a cumplicidade e o apoio dos EUA e da UE.
A agência noticiosa Wafa informou que, no domingo, 11, pelo menos 19 palestinianos morreram e 81 ficaram feridos em resultado dos ataques israelitas. No dia seguinte, mais de uma dezena de pessoas foram atingidas no bombardeamento israelita a uma escola situada no campo de refugiados de Jabalia.
Em Ramala, entretanto, o Monitor Euro-Mediterrânico de Direitos Humanos denunciou a recente morte de 14 idosos na Faixa de Gaza devido a complicações derivadas da fome, da desnutrição e da falta de assistência médica, provocadas pelo bloqueio israelita. A ONG denunciou a «morte silenciosa» de idosos e crianças na Faixa de Gaza como resultado das inumanas condições de vida impostas deliberadamente por Israel. Reafirmou o facto dos palestinianos sofrerem uma grave escassez de alimentos, água e medicamentos, no meio de fome generalizada e do colapso total do sistema de saúde. E rejeitou o anunciado mecanismo israelita-norte-americano para entregar «ajuda» no território, advertindo que se trata de «uma manobra para prolongar o bloqueio ilegal». O plano, a coberto da entrega seleccionada de «ajuda humanitária», visa legitimar o contínuo crime do uso da fome como arma de guerra – alertou.
Por proposta do PCP
PE debate situação em Gaza
No seguimento de uma iniciativa do deputado do PCP, João Oliveira, o Parlamento Europeu (PE) vai debater o agravamento da situação na Faixa de Gaza, na próxima sessão plenária, a realizar-se nos dias 21 e 22 deste mês.
Esta iniciativa insere-se na constante denúncia do genocídio do povo palestiniano, assim como de outros crimes e violações do direito internacional por parte de Israel, que o PCP tem protagonizado, nomeadamente no PE, de que é exemplo a conferência «Pelos direitos do povo palestiniano».
O PCP continua comprometido com a defesa dos direitos do povo palestiniano e determinado a exigir que a União Europeia ponha fim à sua vergonhosa hipocrisia e chocante cumplicidade e assuma as suas responsabilidades, desde logo, com a suspensão do Acordo de Associação com Israel e o desenvolvimento de iniciativas que levem a um cessar-fogo imediato e permanente, ao fim do cruel e desumano bloqueio imposto à população palestiniana na Faixa de Gaza e que assegurem o acesso imediato à ajuda humanitária.
«A paz no Médio Oriente exige o cumprimento dos direitos nacionais do povo palestiniano, desde logo a criação do Estado da Palestina, cumprindo o direito internacional, nomeadamente as resoluções das Nações Unidas», defende o PCP.
«Há que pôr fim aos massacres! Há que pôr fim ao bloqueio! Há que cumprir os direitos do povo palestiniano!», exigem os comunistas portugueses no PE.