- Nº 2686 (2025/05/22)

Agressão genocida israelita agrava situação na Faixa de Gaza

Internacional

Israel lançou uma nova e ampla agressão contra a população palestiniana na Faixa de Gaza, causando mais centenas de vítimas, e continua a bloquear este território, agravando a catastrófica situação humanitária de mais de dois milhões de palestinianos, cerca de metade são crianças e jovens.

O exército de Israel anunciou o início de uma nova agressão em grande escala contra a população palestiniana na Faixa de Gaza. As tropas israelitas atacaram tanto no norte como no sul do território, depois de uma semana de intensos bombardeamentos aéreos. Os ataques israelitas em curso causaram já centenas de mortos e feridos e agravaram a catastrófica situação humanitária da população palestiniana.

As autoridades israelitas insistem no seu inaceitável plano de expulsão em massa da população palestiniana das suas casas e terra através da agressão e da imposição de um cruel e desumano bloqueio.

A política genocida de Israel conta com a vergonhosa e hipócrita cumplicidade e apoio dos EUA e da UE.

O Comité Internacional de Apoio aos Direitos do Povo Palestiniano expressou, a partir de Ramalah, uma enérgica condenação e a profunda preocupação pela nova campanha de agressão sionista. A política de terra queimada, os bombardeamentos sistemático de bairros residenciais e infra-estruturas e a contínua destruição de hospitais e refúgios constituem uma flagrante violação de todas as normas do direito internacional humanitário, acusou. Também repudiou o bloqueio total contra Gaza, que impede, desde 2 de Março, a entrada de alimentos, água, medicamentos e combustível. Advertiu que milhares de crianças, mulheres, doentes e idosos morrerão como consequência dessa criminosa política.

Desde o início da agressão de Israel contra a Faixa de Gaza mais de 53 mil palestinianos foram mortos e de 121 mil foram feridos, a que se somam cerca de 14 mil desaparecidos.

Crimes israelitas denunciados no PE
Sobre a situação na Palestina, em particular na Faixa de Gaza, João Oliveira, deputado do PCP no Parlamento Europeu, dinamizou um encontro com Amal Jadou, embaixadora palestiniana junto da União Europeia, na Bélgica e no Luxemburgo. A reunião teve lugar na terça-feira, 20, em Bruxelas, e abordou a situação na Faixa de Gaza, que «atinge a cada dia que passa uma dimensão de ainda maior horror». O encontro com a diplomata palestiniana serviu para fazer um ponto da situação sobre a dramática situação na Faixa de Gaza, que foi debatida no dia 21, na sessão plenária do Parlamento Europeu, por proposta do PCP.

Solidariedade em Lisboa e no Porto
No dia 15 de Maio, na Casa do Alentejo, em Lisboa, evocou-se os 77 anos da Nakba (a “Catástrofe” palestiniana), numa iniciativa organizada pelo CPPC, CGTP-IN, MPPM e Projecto Ruído, em que a cultura palestiniana foi evocada com música, dança e gastronomia.

Mariana Metelo, do Projecto Ruído, proferiu uma intervenção em nome das organizações promotoras. Por seu lado, a Embaixadora da Palestina em Portugal, Rawan Sulaiman, fez uma breve saudação, agradecendo a solidariedade de sempre para com a Palestina. Os músicos Ahmad Dari e Udi Fagundes participaram solidariamente com os seus interventivos e animados momentos musicais. A iniciativa encerrou com a actuação do Handala Dabke, num momento fraterno de dança coletiva.

Ainda no âmbito dos 77 anos da Nakba, estava marcada para ontem na Praceta da Palestina, no Porto, já depois do fecho da nossa edição, uma iniciativa de solidariedade com o povo palestiniano, pelo fim do genocídio. Estava confirmada a participação do Savana Blues Trio (composto por Sérgio Guri, Paulo das Cavernas e Gustavo Duarte) e a pintura de um painel de solidariedade com a luta do povo palestiniano contra a ocupação e pelos seus direitos nacionais.

Cannes homenageia fotojornalista palestiniana
A presidente do júri do 78.º Festival de Cannes, a premiada actriz francesa Juliette Binoche, homenageou a fotojornalista palestiniana Fatma Hassona, assassinada no mês passado na Faixa de Gaza. «Ela deveria estar aqui esta noite entre nós», disse, lembrando que Hassona foi morta a 16 de Abril, com mais 10 membros da sua família atingidos por um míssil israelita. Na véspera, a fotojornalista, de 25 anos, recebeu a notícia de que um seu filme seria apresentado no prestigiado festival. Hassona tinha documentado a tragédia dos seus compatriotas palestinianos na Faixa de Gaza, devastada por intensos bombardeamentos pelas forças israelitas, desde Outubro de 2023.

No quadro do Festival de Cannes, que decorre de 13 a 24 de Maio, mais de quatro centenas de actores, realizadores e produtores assinaram uma carta aberta a condenar o «silêncio» da indústria do cinema face à agressão genocida de Israel na Faixa de Gaza.

Além de Juliette Binoche, subscrevem a denúncia artistas como Pedro Almodóvar, David Cronenberg, Mark Ruffalo, Javier Bardem, Ralph Fiennes, Richard Gere, Susan Sarandon, Viggo Mortensen, Joaquin Phoenix, Michael Moore, Omar Sy, Riz Ahmed, Maria de Medeiros, Fernando Meirelles ou Kleber Mendonça Filho.