1945 – Francesas votam pela primeira vez

«Liberdade, igualdade, fraternidade», o conhecido lema da Revolução francesa que perdura até hoje como divisa da França, exibido como ex-libris nos edifícios públicos, não se traduziu como seria expectável no direito de voto feminino. No contexto do mundo ocidental, as francesas são das últimas a poder votar e a ser eleitas. A decisão para tal foi tomada pelo governo provisório do general Charles de Gaulle, em Argel, e data de 21 de Abril de 1944: «As mulheres são eleitoras e elegíveis nas mesmas condições do que os homens», e virá a ser implementada pela primeira vez nas eleições municipais francesas realizadas em 29 de Abril do ano seguinte. É caso para dizer «já não era sem tempo», pois entre as duas guerras mundiais a Câmara dos deputados votou por várias vezes a favor do direito de voto das mulheres, mas as propostas foram rejeitadas seis vezes pelo Senado. É preciso esperar pelo fim da guerra para que a igualdade de direitos seja inscrita no preâmbulo da Constituição da IV República, que vigora de 1946 a 1958: «a lei garante à mulher, em todos os domínios, direitos iguais aos do homem.» Em nome de alegada “neutralidade política”, também os militares estiveram privados do direito de voto. Só o obtêm alguns meses depois das mulheres, em Agosto de 1945.