- Nº 2686 (2025/05/22)

Estudantes do Superior avançam com semana de luta

Nacional

As associações de estudantes que redigiram o apelo «Não recuamos, gratuitidade já!», que construiu a recente manifestação nacional de estudantes do Ensino Superior, lançaram uma semana de luta de 21 a 28 de Maio sob o mote «Venha quem vier, não recuamos».

No manifesto «Venha quem vier, não recuamos!», os estudantes afirmam não poder «esperar mais», após «décadas de promessas, acompanhadas de desinvestimento e desvalorização, de propinas, taxas e emolumentos, de falta de alojamento estudantil público, de insuficiências das bolsas em valor e quantidade, de psicólogos a menos e estudantes a mais (enquanto nos acenam com cheques), de um Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) que ataca a gestão democrática das instituições, entre outros problemas».

Dirigindo-se à Assembleia da República (AR), independentemente do governo que se forme após as eleições legislativas, os estudantes reclamam «respostas estruturais que têm que ser dadas, e já» e pedem que não lhes adiem o futuro. Falam em nome dos «10 por cento que não entram no Ensino Superior», pelos «48 por cento que têm complicações ao nível da saúde mental, em virtude daquilo que implica ser estudante nos dias de hoje», pelos «estudantes que cada vez mais se vêem obrigados a trabalhar enquanto estudam» e por «todos aqueles que ou não entram no barco ou saltam borda fora a meio da viagem por não terem dinheiro para estudar, dizendo que não é possível continuar assim».

Além do fim da propina, das taxas e dos emolumentos em todos os graus de ensino, exige-se do futuro governo o cumprimento e alargamento do PNAES, tendo em conta que «a situação do alojamento estudantil público no nosso País é dramática», existindo «menos de 20 mil camas em residências públicas para mais de 100 mil estudantes deslocados».

Outras propostas passam pelo «aumento do valor de referência das bolsas e alargamento das condições de acesso às mesmas», «reforço do número de psicólogos nas Instituições de Ensino Superior (IES)», sendo o rácio actualmente de um psicólogo para mais de 3000 estudantes, e «redução e fixação do preço máximo da refeição social para os 2,70 euros e a garantia da refeição social em todas as IES».

Por fim, reivindicam a revisão democrática do RJIES, mais condições materiais e o fim do subfinanciamento crónico do Ensino Superior, que «terá de passar, desde logo, pela alteração da fórmula de financiamento actualmente existente, que não serve as IES e as suas necessidades».