É TEMPO DE OPÇÕES CLARAS
«rejeitar o retrocesso, intensificar a luta, afirmar a CDU»
Passadas as eleições legislativas de 18 de Maio, estamos agora perante um quadro exigente em que a composição da futura AR regista uma evolução negativa com o crescimento do PSD, CDS, Chega e IL.
Ora, independentemente dos arranjos que se venham a verificar entre estas ou outras forças políticas, o novo quadro institucional comporta perigos reais de intensificação de uma agenda retrógrada pelos grupos económicos e as forças políticas que representam os seus interesses, que tudo procuram fazer para não perder esta oportunidade para ir tão longe quanto possível nas suas opções antipopulares.
Os resultados eleitorais e a sua expressão institucional não legitimam uma política contrária aos interesses da maioria.
O PCP apela à resistência, determinação e combate, desde o primeiro minuto, a essa política, incluindo os que, por esta ou aquela razão, votaram nesses partidos.
É preciso fazer opções claras. O grande capital e os partidos que defendem os seus interesses querem que se trabalhe mais horas e mais anos, mas os trabalhadores exigem as 35 horas semanais e que 40 anos de trabalho com os respectivos descontos dêem direito à reforma sem penalizações.
Querem mais benesses para os grupos económicos, mas o País do que precisa é de uma mais justa distribuição da riqueza e, consequentemente, do aumento dos salários e das pensões.
Querem destruir o SNS, mas os utentes e profissionais de saúde querem salvá-lo, travar o seu desmantelamento e reforçá-lo.
O capital monopolista de tudo quer fazer negócio, mas do que o País precisa é de uma rede pública de creches, do fim das propinas, de uma escola pública de qualidade.
Querem servir a banca e os fundos imobiliários, mas os portugueses, e em particular os jovens, do que precisam é de casas para viver e que possam pagar.
Querem levar-nos para a loucura da guerra, mas os povos do que precisam é de paz, cooperação e solidariedade e de pôr fim ao genocídio do povo palestiniano por Israel, como se reclamou na acção de solidariedade com a Palestina na quarta-feira da semana passada, em Lisboa e no Porto e se voltará a reclamar em nova acção no dia 4 de Junho. Luta pela Paz que terá ampla expressão no IV Encontro pela Paz no Seixal no próximo sábado.
Eles querem um País submisso às ordens da UE, da NATO e doa EUA, mas o que é urgente é um Portugal soberano, a definir o seu próprio caminho de desenvolvimento.
Eles querem dar o golpe constitucional, mas o povo do que precisa é que cada artigo da Constituição se cumpra e tenha tradução na sua vida.
Eles querem ajustar contas com o 25 de Abril, mas o que faz falta ao País é retomar o caminho de Abril e afirmar os seus valores.
Porque já se sabe o que aí vem e este é o momento para clarificar quem apoia este Governo e o seu programa, quem é conivente com esta política e quem se opõe ao rumo em curso e à agenda de ataque aos direitos e de retrocesso, o Secretário-Geral do PCP anunciou que o PCP avançará com uma moção de rejeição ao programa do Governo.
Cada um vai ter que se pronunciar e deixar claro se aceita ou não o desmembramento do SNS, o assalto à Segurança Social, novas privatizações e alterações gravosas às leis laborais.
Que fique claro. Com o PCP, esta política não passará sem contestação. Este não é o momento para esperar para ver, de conformação ou ilusões. Este é o tempo para afirmar a política alternativa, assente não em proclamações ou programas mínimos, mas assumindo a ruptura com a política de direita, por um outro rumo ao serviço dos trabalhadores, do povo, da juventude e do País.
Este também não é o tempo para diluições, pelo contrário, este é o momento para afirmar o projecto alternativo, para convergir na vida e com coragem fornecer uma perspectiva aos trabalhadores, às massas populares, à juventude, a todos os que justamente têm razões para estar descontentes, independentemente de qual tenha sido o seu voto.
O PCP continuará a resistir à política de direita, mas, de igual modo, continuará também a tomar a iniciativa estimulando a luta em torno daquilo que verdadeiramente importa na vida de cada um: salários, pensões, saúde, habitação, educação, custo de vida, direitos das crianças e dos pais, das mulheres, da juventude, pelo ambiente.
Tomará a iniciativa preparando a Festa do Avante! a grande festa popular, dos trabalhadores, do povo e da juventude; espaço da cultura, da liberdade e da democracia; a grande festa dos valores de Abril.
Tomará a iniciativa levando para a frente a acção nacional «aumentar salários e pensões, por uma vida melhor», com nova jornada de 2 a 5 de Junho.
Tomará a iniciativa pela afirmação da CDU e do seu projecto – desde logo, concretizando a acção nacional de 31 de Maio a 7 de Junho – valorizando esta Coligação como grande frente unitária e popular, de liberdade e democracia no Poder Local. A ampla frente aberta a todos os que querem uma vida melhor nas suas terras, sob a consigna Trabalho, Honestidade e Competência. A frente unitária e popular com uma vasta obra em prol das populações, com provas dadas e trabalho reconhecido.