Morre Sebastião Salgado
Considerado um dos mais destacados artistas na sua área, o fotógrafo Sebastião Salgado morreu, aos 81 anos, no dia 23, informou o Instituto da Terra.
Nascido em Minas Gerais, Brasil, em 1944, e formado em Economia, foi obrigado a exilar-se em Paris em 1969, para escapar à ditadura militar, começando a trabalhar para a Organização Internacional do Café, na área do controlo de plantações em África. Seguiu-se uma carreira no foto-jornalismo em agências de notícias.
No entanto, é em 1981 que ganha projecção mundial, com uma foto do atentado a Ronald Reagan, que lhe valeu dinheiro suficiente para financiar o seu primeiro projecto autoral em África, com reportagens sobre a seca e a fome.
Publica, em 1986, o seu primeiro livro, Outras Américas, a que se seguem obras icónicas que retratam temas que perpassam a sua carreira, como «Serra Pelada» (realidade dos mineiros na floresta amazónica), Êxodos (movimentos migratórios resultantes de guerras) e Génesis (Papua Nova Guiné e Círculo Polar Ártico). O retrato da feitura deste último resultou no conhecido documentário O Sal da Terra, de Wim Wenders.
Em 1996, a sua exposição O Trabalho ganha casa na Festa do Avante! (na foto). Na ocasião, o fotógrafo relatou ao Avante! ver «muito naturalmente» a sua obra exposta numa festa de um partido que «tem estado sempre ao lado dos trabalhadores».