JCP eleita presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática

A eleição ocorreu na 21.ª Assembleia Geral da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), realizada de 21 e 25 de Maio, em Windhoek, na Namíbia. Participaram 78 organizações juvenis e mais de uma centena de delegados oriundos de todo o mundo.

A JCP foi eleita para um mandato de quatro anos na Presidência da FMJD

A assembleia foi acolhida pela Liga da Juventude da Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO Youth League, em inglês), com a colaboração do governo namibiano. Na sessão de abertura, a Presidente da República da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, fez questão de saudar a Assembleia Geral e os seus participantes, apelando aos jovens do mundo a que se unam para enfrentar as injustiças globais, as desigualdades económicas e assumirem o seu papel de arquitectos de um futuro mais justo.

Recordando que a FMJD, organização juvenil internacional histórica fundada em 1945, tem profundos laços com o movimento de libertação nacional, Nandi-Ndaitwah reiterou que a Namíbia continua empenhada na solidariedade internacional e na igualdade soberana das nações e condenou as injustiças actuais em todo o mundo, particularmente o sofrimento na Palestina, chamando-lhe «uma geração à qual foi negado um futuro».

Importantes decisões

A Assembleia Geral aprovou a resolução política que guiará a acção da Federação durante o próximo mandato, apontando a necessidade de fortalecer a FMJD, defendendo o seu carácter amplo e unitário, de forma a reforçar a luta contra o imperialismo, pelos direitos da juventude e pela paz.

Foram também aprovadas várias resoluções temáticas que expressam solidariedade com os jovens que, por todo o mundo, lutam e resistem à ofensiva do imperialismo norte-americano e dos seus aliadas da NATO e da União Europeia, sendo de destacar a solidariedade com a Palestina, Cuba, Sara Ocidental, Venezuela e Chipre.

Nesta Assembleia da FMJD, que agrega organizações juvenis anti-imperialistas de todo o planeta, foi eleito um novo Conselho Geral, integrado por 35 organizações, sete de cada região. Foram ainda eleitas as organizações que assumirão as vice-presidências, a partir de cada um dos continentes, e a Secretaria-Geral, que continuará a ser assumida pela União da Juventude Comunista, de Cuba.

Confirmando o seu prestígio junto do movimento juvenil anti-imperialista, a Juventude Comunista Portuguesa foi eleita para a Presidência da FMJD, por unanimidade, seguida de aclamação, para os próximos quatro anos. Para exercer esta responsabilidade, a JCP indicou Gonçalo Lopes, membro do Secretariado e da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP.

Desafios e potencialidades

Realizando-se no continente africano e coincidindo com o Dia de África, a Assembleia Geral assinalou esta data com uma cerimónia que contou com a presença da vice-presidente da Namíbia, Lucia Witbooi, e a intervenção de Gonçalo Lopes, já na qualidade de presidente da FMJD.

Na sua intervenção, Gonçalo Lopes destacou que «os desafios são muitos, mas o potencial é ainda maior. Tal como há 80 anos, e ao longo destas oito décadas de intensa acção desde a sua fundação, a juventude do mundo precisa de uma Federação Mundial da Juventude Democrática que seja ainda mais forte e mais activa. E nós precisamos que a juventude do mundo se mobilize para construir um mundo de justiça social, igualdade e Paz duradoura».

Na primeira reunião do Conselho Geral da FMJD, dirigida pela JCP, foi apresentada pela JPSUV, da Venezuela, a proposta de acolher na República Bolivariana da Venezuela a próxima edição do Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, em 2026. A consideração desta proposta foi consensualizada pelas organizações representadas na sede da Federação.

A JCP participou na Assembleia com uma delegação composta por Gonçalo Lopes e Gonçalo Francisco, ambos do Secretariado e da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP.

 

Compromissos

Na sua carta de candidatura à Presidência da FMJD, a JCP sublinhava que a Assembleia Geral se realizaria num contexto em que o imperialismo «tem vindo a tornar-se cada vez mais agressivo, intensificando processos de ingerência e desestabilização, impondo bloqueios económicos e outras medidas coercivas, aumentando as despesas militares e fomentando a corrida aos armamentos, promovendo a guerra, empurrando a Humanidade – e particularmente a juventude – para o abismo». Ao mesmo tempo, acrescentava, que «promove conceitos e projectos reaccionários, obscurantistas e fascistas, o agravamento da exploração, retrocessos nos direitos laborais e sociais, ataques às liberdades e aos direitos democráticos e à soberania, a pilhagem de recursos e o neocolonialismo».

Os jovens comunistas portugueses sublinhavam, ainda, que «as intenções do imperialismo se confrontam com a resistência e a luta dos povos, como da juventude, que deve ser desenvolvida e fortalecida», desde logo pela «reafirmação do carácter anti-imperialista da FMJD e pelo reforço da luta por uma vida melhor para os jovens em todo o mundo, pelos direitos mais básicos, incluindo o direito ao acesso a água potável e à alimentação, à educação gratuita, aos direitos laborais, à saúde, à habitação, ao acesso à cultura e ao desporto, pela soberania dos povos e o progresso social».

A JCP anunciou objectivos de acção, agora a partir da Presidência da FMJD, que, em consonância com os princípios da FMJD, são indispensáveis para a sua afirmação, e que passam pela «intensificação da actividade da FMJD, fortalecendo a luta por uma Paz duradoura, contra o imperialismo, as concepções e projectos reaccionários e fascistas, contra todas as formas de discriminação, o colonialismo e o neocolonialismo». Apontou ainda à reafirmação do «carácter anti-imperialista e unitário da FMJD» e ao alargamento da frente juvenil de luta contra o imperialismo, procurando, no respeito da autonomia de cada organização, coordenar esforços e convergir em lutas e acções comuns em defesa dos direitos, interesses e aspirações da juventude.

 



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