Na República Bolivariana da Venezuela, o Grande Pólo Patriótico Simón Bolívar, que agrupa as forças bolivarianas, venceu no domingo, 25, as eleições legislativas e regionais, que decorreram sem incidentes, apesar das ameaças de acções de desestabilização a mando da extrema-direita golpista.
O Grande Pólo Patriótico conseguiu uma clara vitória nas eleições regionais e legislativas venezuelanas, obtendo uma ampla maioria dos votos expressos para deputados da lista nacional, segundo os resultados oficiais provisórios anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A aliança bolivariana conquistou quatro milhões, 553 mil e 484 votos (82,68%) de um total de cinco milhões, 507 mil e 324 votos registados, assegurando uma confortável maioria dos assentos parlamentares em disputa.
A participação foi de 42,63% dos eleitores inscritos, com mais de cinco milhões e meio de venezuelanos exercendo o seu direito ao voto, numa jornada descrita como «árdua» mas exitosa para o sistema eleitoral venezuelano.
Os resultados reflectem uma clara vantagem das forças bolivarianas sobre as forças oposicionistas que participaram no processo eleitoral. A Aliança Democrática obteve 344.422 votos (6,25%), seguida pela Aliança UNTC Única com 285.501 votos (5,18%) e pela Alianza Fuerza Vecinal com 141.566 votos (2,57%). O resto dos boletins, incluindo os nulos, somaram 182.351 votos, equivalentes a 3,31%.
Estes resultados consolidam o domínio eleitoral das forças bolivarianas no parlamento venezuelano para o próximo período legislativo.
Nas eleições regionais, o Grande Pólo Patriótico, que integra diversas forças políticas, incluindo o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), venceu em 23 das 24 províncias, recuperando os Estados de Barinas, de Zulia e de Nueva Esparta, não tendo alcançado a maioria e elegido o governador apenas de Cojedes.
Nestas eleições parlamentares e regionais, realizadas pela primeira vez em conjunto, os eleitores foram às urnas escolher os 285 deputados do parlamento, os 24 governadores e os 260 membros dos Conselhos Legislativos estaduais. 54 partidos políticos e mais de 6.800 candidatos participaram no processo eleitoral.
Uma novidade nesta votação foi a eleição do governador, de oito deputados ao parlamento e de sete aos Conselhos Legislativos no território da Guayana Esequiba, convertida no 24.º Estado da Venezuela por referendo consultivo em Dezembro de 2023. Recorde-se que a Guayana Esequiba é um território disputado, que a Venezuela considera seu com base no Acordo de Genebra de 1966.
O presidente do CNE expressou o «profundo orgulho» do Poder Eleitoral pela organização das eleições, destacando a transparência do processo apesar das tensões políticas provocadas pelos EUA e seus aliados contra a Venezuela. Elogiou o trabalho dos funcionários do CNE e da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que estiveram presentes em todos os locais onde os venezuelanos votaram. Agradeceu aos observadores internacionais que acompanharam o trabalho do CNE e o desenrolar do acto eleitoral.
O povo é protagonista
«O povo é o protagonista», afirmou o Presidente Nicolás Maduro, sublinhando que esta é uma vitória pela paz e pela estabilidade para toda a Venezuela. «Depois de 26 anos de revolução e 32 eleições, de contínuos bloqueios, sanções criminosas, fascismo e violência, hoje a Revolução Bolivariana demonstrou que está mais vigente do que nunca. Hoje demonstramos o poder do chavismo. Este povo conseguiu resistir», afirmou Nicolás Maduro.
As eleições decorreram em paz e tranquilidade, segundo as autoridades em Caracas, apesar de terem sido realizadas num contexto de ameaças de violência promovidas pela extrema-direita golpista, que para além de boicotar o acto eleitoral, organizou planos de desestabilização para atentar contra a normalidade do processo eleitoral, como denunciaram as autoridades venezuelanas.
Para garantir a segurança das eleições, no quadro do seu Plano República, o Estado mobilizou mais de 490 mil funcionários, dos quais 412 mil da FANB e 1419 representantes do Ministério Público. O resultado destas medidas foi, segundo as autoridades venezuelanas, o de que o país viveu, eleições em «absoluta calma», não se tendo registado em todo o território qualquer incidente.