Exigir uma vida melhor para quem cá vive e trabalha
Termina hoje mais uma jornada da acção nacional Aumentar Salários e Pensões, para uma vida melhor. Desde dia 2 que centenas de acções de contacto, nos mais variados locais, preencheram o afazer dos comunistas de norte a sul do País e das regiões autónomas.
«Este não é tempo de ficar à espera. É tempo de agir»
A vida da maioria de quem vive e trabalha neste País tem apertado. Apertou nos últimos anos, apertou durante a pandemia, com a guerra no estrangeiro, apertou durante o último ano de governação. Enquanto a maioria vai apertando o cinto por um motivo que parece ser sempre diferente e distante, há uma constante: os lucros, os lucros astronómicos, os lucros históricos, os lucros recorde, os 13 milhões de euros de lucro diários da banca.
Não é só o apertar de cinto. Somam-se as dificuldades em aceder ao SNS e a outros serviços públicos, o drama que é assegurar uma casa, o custo de vida que não para de galgar, a precariedade laboral e na vida, a falta de tempo para viver e a incerteza da vaga na creche para o filho.
Este aperto na vida da maioria é o que alimenta os lucros da poderosa minoria. Para o PCP, é inaceitável o contraste entre estas duas realidades e é, em parte, essa a mensagem que se procura passar nos muitos contactos realizados durante esta semana. Nas escolas, em terminais de transportes, lojas, unidades de saúde, bairros e locais de passagem, o PCP e os seus militantes procuraram estar onde há gente, em contacto, esclarecimento e mobilização. Mas também apelando à resistência, ao combate e à resposta por uma vida melhor, juntando tantos quantos for possível aos mais de 100 mil que já se associaram ao PCP nesta iniciativa.
PCP convoca marcha para dia 26 no Porto e em Lisboa
Cumprir a Constituição. Aumentar Salários e Pensões, para uma vida melhor
Este não é o tempo de ficar à espera. Este é o tempo de agir e de enfrentar os projectos da direita com coragem. Nesse sentido, o PCP decidiu convocar, para dia 26 de Junho, a marcha Cumprir a Constituição. Aumentar Salários e Pensões, para uma vida melhor. No Porto, da Praça da Batalha até ao Via Catarina, e em Lisboa, da Assembleia da República até ao Cais do Sodré. Durante esta última, proceder-se-á à entrega ao primeiro-ministro das milhares de assinaturas do abaixo-assinado que está em subscrição por todo o País.
«No Partido, vivemos e estamos ligados à realidade, ligados à vida», salientou Paulo Raimundo, no dia 1, numa sessão pública em Sesimbra. «Vivemos, sabemos e sentimos os problemas e as dificuldades pelas quais passam grande parte daqueles que cá vivem e trabalham», continuou, referindo-se à pressão dos baixos salários e pensões ou ao «drama que é aguentar ou aceder a uma habitação».
Para o PCP, como afirmou o Secretário-Geral, é «inadmissível» uma realidade em que mais de dois milhões de pessoas e, em particular, 300 mil crianças, no País, vivem na pobreza. Ao mesmo tempo, verifica-se um contraste enorme entre esta realidade e a da banca, que «encaixa 13 milhões de euros por dia».
O PCP não só não a aceita como lhe dá firme combate. Daí esta marcha que culminará a acção nacional Aumentar Salários e Pensões, para uma vida melhor. «Será uma marcha de combate, resistência, exigência, mas também de esperança, liberdade e democracia», afirmou. «A todos aqueles que estão justamente preocupados com a situação de hoje, juntem-se a nós, convirjam com o PCP», apelou ainda.
Anteontem, dia 3, o Partido emitiu uma nota sobre a convocação desta marcha cujo conteúdo está vertido neste texto.
Porquê uma marcha?
É preciso dar resposta firme e imediata, com resistência e luta, ao agravamento das condições de vida de amplas camadas da população.
Os serviços públicos degradam-se, em particular o SNS, mas também a Escola Pública. É evidente a ausência de respostas na habitação ou na concretização do direito à creche pública e jardins de infância.
Ao mesmo tempo, na acção do futuro Governo está projectado o assalto à Segurança Social pública e universal e anunciam-se ataques aos direitos dos trabalhadores, crescerá a promiscuidade entre interesses económicos e as opções governativas. Em particular, estão bem presentes as ameaças à Constituição da República Portuguesa e ao regime democrático.
Porquê agora?
Este não é o tempo de ficar à espera. Este é o tempo de agir e de enfrentar os projectos da direita com coragem. No PCP não há nenhuma ilusão sobre o que aí vem. Existe todo o enquadramento, até institucional, para permitir que o Governo leve por diante e intensifique a política de direita que praticou ao longo do último ano.
Porquê «Cumprir a Constituição»?
Cumpra-se a Constituição da República Portuguesa e o que esta diz sobre salários, pensões, habitação, saúde, direitos das crianças e Paz. Se o fizessem, estariam os principais problemas da vida das pessoas resolvidos. «Cumpra-se a Constituição e a vida de todos será melhor», salientou Paulo Raimundo em Sesimbra.
Quem pode e deve participar na marcha?
Todos. Sobretudo aqueles que são atingidos pela política de direita: os trabalhadores a quem é roubada a riqueza que produzem, os pensionistas a quem negam pensões dignas, os jovens que buscam direitos e perspectiva de vida, os utentes do SNS que não têm a respostas a que têm direito, as mulheres que recusam retrocessos na lei e na vida. Todos os que aspiram a uma vida livre e assente nos valores de Abril.