Entre 1990 e 2023, a proporção de crianças na população total, em Portugal, passou de 25,2 para 15,7 por cento. Os indicadores agora divulgados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) em parceria com o Comité Português para a UNICEF fazem um retrato à situação actual da criança em Portugal e apontam para uma acentuada quebra de natalidade, em Portugal, neste período (em 2023 nasceram menos 31679 bebés do que em 1990). O mesmo estudo refere também que as crianças continuam a apresentar um risco de pobreza superior ao resto da população.
Ora, sendo certo que a situação é ditada por um complexo e diversificado conjunto de factores, é preciso sublinhar que a causa fundamental é de raiz económica e social, porque todos os estudos indicam que as pessoas em idade fértil gostariam de ter mais filhos do que realmente têm. Radica na falta de condições para as famílias, em particular para os jovens e tem na política de direita a sua causa fundamental.
De facto, os baixos salários, a desregulação dos horários de trabalho, o desemprego ou o emprego precário, o trabalho por turnos, à noite ou ao fim-de-semana, o desmantelamento e degradação do SNS, os ataques à legislação laboral, desde logo, à contratação colectiva, a falta de creches gratuitas para as crianças, a falta de vagas no pré-escolar, a redução ou mesmo eliminação de apoios sociais (em particular, o abono de família), a falta de habitação, a emigração de muitos jovens são consequências directas da política de direita e reflectem-se como factores negativos neste retrato, que é urgente alterar.
Ou Portugal põe fim a a esta política e volta aos trilhos de Abril e aos seus valores ou, a prazo, este quadro transformar-se-á numa verdadeira calamidade, uma ameaça ao futuro de Portugal.
Para alterar esta situação e voltar a ter o quadro promissor aberto pela Revolução de Abril, é preciso romper com a política de direita e pôr de pé a política alternativa, patriótica e de esquerda, de que o País precisa. Uma política que garanta um Portugal soberano, desenvolvido, de progresso social e de paz. Esse sim, um Portugal com futuro.
É um combate que os trabalhadores, o povo e a juventude terão que travar. E, como sempre, contarão com o PCP, a CDU, a JCP para o concretizar.