Deixou-nos Eduardo Gageiro

Morreu, aos 90 anos, um dos maiores fotógrafos da Revolução. Eduardo Gageiro captou com a sua lente alguns dos mais importantes momentos de Abril, assim como de tantos outros acontecimentos essenciais para o nosso povo.

Nascido em Sacavém a 16 de Fevereiro de 1935, Eduardo Gageiro foi empregado de escritório e moço de recados, na Fábrica de Loiça de Sacavém, entre 1947 e 1957, onde conviveu com artistas, escultores e operários num período determinante para a sua decisão de se tornar fotojornalista.

Foi repórter fotográfico no Diário Ilustrado, fotógrafo no Século Ilustrado, Eva, Almanaque, Match Magazine, da Assembleia da República e da Presidência da República. Foi editor da revista Sábado, desde a fundação da revista até ao seu término, tendo colaborado ainda com vários jornais e revistas internacionais.

Homenageado na edição de 1999 da «Festa do Avante!», onde Manuel Gusmão, na abertura da exposição, agradeceu ao artista «pela sua arte que constrói imagens do mundo, que condensam tempo e contam mais história que só a arte sabe contar».

Num dos textos que acompanham seus registos, José Cardoso Pires vincou a «beleza difícil de um dia-a-dia que soletrámos sem darmos por isso» que vive no trabalho de Gageiro.
Sensível às injustiças e comprometido a retratá-las, a obra que deixa é um fiel retrato do pulsar de um povo que todos os dias luta, assim como uma celebração dessa mesma luta.
Numa visita de Paulo Raimundo a uma exposição sua em 2024, o fotógrafo afirmou: «tenho muito apreço pelo PCP porque deu a cara durante o fascismo. O fascismo que destruiu a vida de muita gente. Muitos que foram presos apenas por quererem um país melhor».
O Secretariado do Comité Central do PCP lamentou a morte desta «figura maior da arte e da cultura portuguesa», destacando a «excelência do seu trabalho enquanto fotógrafo e fotojornalista» que «fez dele um dos grandes nomes da fotografia e do fotojornalismo em Portugal».

 



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