«A proximidade com Lisboa é um factor estratégico», reconheceu Carlos Coutinho, presidente da autarquia. No entanto, o mais determinante tem sido a política implementada pela CDU, que «transformou este património ambiental e paisagístico extraordinário» num concelho atractivo, de baixa densidade populacional. O autarca destacou ainda avanços nas áreas da cultura, do desporto e da educação, promovendo «uma grande proximidade» com os munícipes e criando condições para que quem vive — ou escolhe viver — em Benavente, possa usufruir de uma boa qualidade de vida.
Dados oficiais indicam «níveis de crescimento demográfico muito significativos nas décadas de 1980 e 1990», e um aumento superior a 25 por cento na década de 2010. «Estamos a retomar esta dinâmica», afirmou Carlos Coutinho, sublinhando a importância do futuro aeroporto de Lisboa, projectado para o Campo de Tiro de Alcochete, que representa um «desafio fortíssimo».
A actividade económica do concelho acompanha esta evolução, com o volume de negócios a duplicar nos últimos 10 anos e as exportações a triplicarem. Este crescimento permite «proporcionar melhores condições de vida às nossas gentes», acrescentou o presidente da Câmara.
Quanto ao tecido empresarial, destaca-se pela sua diversidade, com presença dos sectores agro-alimentar, automóvel e da transformação de plásticos. «A nossa estratégia centrou-se na captação de actividades não poluentes, de pequena e média dimensão», explicou Carlos Coutinho, sublinhando o forte dinamismo actual da área logística, com crescente interesse de novas empresas em se instalarem no território.

Mobilidade adiada
Apesar deste progresso, o município enfrenta entraves causados pela inacção dos sucessivos governos, nomeadamente no que diz respeito às infra-estruturas rodoviárias — essenciais ao desenvolvimento económico e ao bem-estar das populações.
Em resposta ao aumento do tráfego, especialmente nas estradas nacionais 118 e 10, a autarquia encomendou um estudo sobre os fluxos de trânsito. Este estudo visou caracterizar a situação actual, identificar os pontos de saturação e propor soluções. Tornou-se assim um instrumento essencial para reivindicar, junto da Estradas de Portugal, as obras necessárias.
A situação mais crítica localiza-se em Samora Correia, nomeadamente nas intersecções entre a EN10 e a EN118. Os especialistas propuseram a construção de uma circular externa, ligando Benavente (antes da Ponte de Benavente, na EN118) à Ponte das Enguias, na EN10, contornando as localidades de Benavente e Porto Alto. Esta infra-estrutura poderá aliviar significativamente os constrangimentos actuais.

Investimentos do mandato

Entre os principais investimentos do mandato, destaca-se a requalificação do Museu Municipal de Benavente, integrado na Rede Portuguesa de Museus. Com um espólio superior a 20 mil peças, a intervenção — orçada em cerca de 2,2 milhões de euros — visa melhorar o espaço e os serviços ao público, reforçando o papel do Museu como centro de valorização do património local.
Carlos Coutinho sublinhou as dificuldades enfrentadas devido à insolvência da empresa inicialmente responsável pela obra, obrigando ao lançamento de um novo concurso. A expectativa é concluir a intervenção até ao final do mandato.
A requalificação urbana, com construção de jardins, passeios, redes de saneamento e novos serviços, foi outra prioridade.

Carências sob responsabilidade do Estado
O presidente da Câmara alertou para os graves problemas na área da saúde, com ausência de médicos do quadro do Ministério da Saúde em Benavente e outras freguesias, agravando o número de utentes sem médico de família.
Outras necessidades incluem a construção de uma nova Escola Secundária em Samora Correia — terreno já adquirido pela autarquia — e mais creches, dada a chegada de jovens casais ao concelho.

Construir um futuro melhor

Dando continuidade ao projecto de desenvolvimento social e económico iniciado há décadas no concelho de Benavente, a CDU anunciou, em Março, a candidatura de Hélio Justino a presidente da Câmara Municipal. Com 54 anos, advogado, é vereador em regime de tempo inteiro desde 2017, tendo já exercido o cargo entre 2002 e 2005.
Carlos Coutinho destacou a longa experiência do candidato e integração num colectivo com vasta responsabilidade na gestão autárquica local.
Também ao Avante!, Hélio Justino preferiu centrar-se nos desafios futuros, reconhecendo o trabalho desenvolvido pelos anteriores executivos da CDU, marcado por uma gestão equilibrada, sem comprometer o futuro. Enfatizou áreas como a Educação, Cultura, Desporto, Turismo e o apoio ao Movimento Associativo, que reúne 81 associações no concelho.
Referiu ainda projectos de Habitação Social em várias localidades, sublinhando que estes não se destinam apenas às famílias social e economicamente mais frágeis, mas também aos jovens e trabalhadores com baixos rendimentos, para quem o custo das rendas se tornou incomportável. «Temos desafios importantes pela frente. É fundamental estarmos unidos na construção de um futuro melhor, mais atractivo e sustentável, preservando a nossa identidade», afirmou.
A lista da CDU inclui ainda Catarina Pinheiro Vale (psicóloga clínica), Carlos Falua (funcionário da Junta de Freguesia de Samora Correia) e André Primo (team leader na empresa João Deus e Filhos, no Porto Alto).