- Nº 2690 (2025/06/18)

CDU reafirma confiança no futuro do Seixal e apela à mobilização popular

Em Foco

No domingo, o Secretário-Geral do PCP participou na apresentação dos primeiros candidatos da CDU às freguesias e à Assembleia Municipal do Seixal, bem como da mandatária concelhia, numa iniciativa marcada por um ambiente de confiança, combatividade e compromisso com os valores de Abril.
A par da afirmação da necessidade de reforçar o projecto autárquico, Paulo Raimundo, em iniciativas realizadas de Norte a Sul do País, apelou à participação popular na Marcha Nacional de 26 de Junho e denunciou as injustiças e negociatas que continuam a marcar a política nacional.


«Temos muita confiança no futuro, neste concelho de Abril», afirmou Maria João Costa, da Comissão Concelhia do Seixal e do Comité Central do PCP, ao dar início à sessão, que contou com a presença de mais de 500 pessoas. A sua intervenção expressou o forte apoio à CDU, que, segundo a comunista, «nos dá uma imensa confiança» para as próximas eleições autárquicas.

O evento foi marcado pela presença de diversos representantes do movimento associativo, instituições de diferentes áreas, da Associação Intervenção Democrática (ID), do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), do PCP, e também de muitos cidadãos sem filiação partidária. Entre os presentes, estavam vários eleitos das assembleias e juntas de freguesia, da Assembleia (AM) e da Câmara Municipal (CMS), além de numerosos trabalhadores das autarquias.

Em ambiente de festa e de luta, foram primeiro apresentados – também por Maria João Louro, do Executivo da Comissão Executiva do Seixal do PCP – os primeiros candidatos às juntas de freguesia de Amora (Nelson Ramos, 47 anos, licenciado em Educação Física, actual presidente da JFA), de Corroios (Hugo Constantino, 45 anos, técnico superior no Departamento de Desporto da CMS, actual presidente da JFC), de Arrentela (Filipe Dourado, 57 anos, formado em engenharia civil, ligado à indústria dos produtos químicos para a construção civil), de Aldeia de Paio Pires (Maria João Correia, 45 anos, técnica superior de Comunicação Social e Relações Públicas, licenciada em Marketing; desde 2009, apoio político no Gabinete de Apoio à vereação da CMS), de Fernão Ferro (Alberto Poço, 46 anos, licenciado em Engenharia Civil; integra há 16 anos os quadros da CMS como técnico superior na área da Engenharia Civil), e de Seixal (Manuel Coisinha, 57 anos, coordenador técnico e treinador de basquetebol grau III).

Ao palco subiu também Brázio Romeiro (68 anos), presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, que figura como primeiro na lista à Assembleia Municipal do Seixal. Juntou-se a ele Corália Loureiro, mandatária da CDU para o concelho do Seixal, que é presidente da Assembleia Geral da APCAS e da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia do Seixal. «Aceitei este desafio porque, como autarca durante 29 anos neste concelho, aqui [no Seixal] o Poder Local democrático vê-se nas palavras e no trabalho realizado, garantindo um futuro com mais justiça social e lutando, permanentemente, para que os valores de Abril se mantenham bem firmes», destacou a mandatária, apelando ao reforço eleitoral da CDU, com mais votos e mais mandatos em todos os órgãos autárquicos do concelho. Esse reforço será «a mais sólida garantia da qualidade de vida das populações, na defesa dos direitos dos trabalhadores e no desenvolvimento de progresso deste nosso concelho do Seixal». Terminou citando Álvaro Cunhal: «A alegria de viver e lutar vem-nos da profunda convicção de que é justa, empolgante e invencível a causa por que lutamos».


Apoios importantes
de diferentes áreas
Seguiu-se a intervenção do candidato e actual presidente da CMS, Paulo Silva, que destacou os mais de 700 apoios recebidos «de todas as áreas, desde a educação ao desporto, da cultura ao associativismo, dos bombeiros à saúde, dos jovens aos imigrantes, dos trabalhadores da Câmara aos empresários e agentes do mundo do trabalho». Dirigiu também uma palavra de «apreço, estima e admiração» a Alfredo Monteiro, até então presidente da AM, destacando o seu percurso de cerca de 40 anos ao serviço do concelho – primeiro como professor e, posteriormente, em diversos órgãos autárquicos, nomeadamente como presidente da CMS.

Depois de recordar as lutas travadas para a desagregação das freguesias de Arrentela, Seixal e Aldeia de Paio Pires – entretanto concretizada – e pela construção do Hospital do Seixal – que continua a aguardar decisão governamental –, Paulo Silva assegurou que o município, «que é sempre parte da solução», vai continuar a exigir a concretização do projecto de arrendamento acessível, para que «o direito constitucional a uma habitação digna se torne uma realidade». Disse ainda que no próximo mandato a CDU vai «continuar com este trabalho transformador», com a construção e a requalificação de jardins de infância e escolas do 1.º ciclo; com mais equipamentos desportivos, e melhores meios para as associações e clubes. O autarca falou ainda sobre os centros culturais de Amora [em fase de conclusão] e de Corroios, assim como o projecto Aldeia da Música e «Seixal Criativo».

A iniciativa contou também com a intervenção de Heloísa Apolónia, do PEV, que destacou a «profunda» capacidade de trabalho dos eleitos da CDU, sublinhando tratar-se de uma «força unitária e popular, onde têm lugar todos os que defendem a democracia, a dignidade do ser humano e o desenvolvimento sustentável».

Projecto ao serviço das pessoas
A última intervenção coube a Paulo Raimundo, que destacou o projecto da CDU, «ao serviço da cultura, do desporto, dos direitos das crianças, dos jovens e, naturalmente, dos mais idosos», sublinhando que é composto por «gente séria e honesta, sempre — mas sempre — ao serviço das populações e nunca para se servir delas». Acrescentou que muitos desses candidatos, «vindos de diversos quadrantes políticos», partilham as premissas de «querer viver melhor na sua terra e de se disponibilizarem para agir nesse sentido», sendo «gente de trabalho, honestidade e competência».

«O trabalho que aqui foi feito, a obra que realizámos e aquilo que, com a força do povo, vamos continuar a realizar têm a marca do projecto autárquico da CDU e resultam da acção, da mobilização e da luta das populações» — destacou, reforçando que «o Seixal precisa de mais CDU» e do «seu povo ainda mais mobilizado» para que haja, por exemplo, «mais força para a construção do Hospital do Seixal» e para «responder às necessidades dos transportes e da mobilidade».

 


Grande participação em Estarreja e na Guarda

O Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, esteve presente, no passado sábado, nos convívios da CDU nas regiões de Guarda e Aveiro.

Levantadas pelas mãos de dezenas de activistas e amigos da CDU, estas iniciativas contaram com momentos culturais, intervenções políticas e uma grande participação daqueles que, saídos da campanha das legislativas, preparam mais uma batalha nas autárquicas.

Mais força à alternativa
O Parque Álvaro Nora, em Canelas, no concelho de Estarreja, foi o local escolhido para receber o convívio da CDU, em Aveiro. Interveio Maria Inês Costa, da Comissão Política da JCP e do Comité Central do PCP. Na sua intervenção, a jovem comunista lembrou que o «poder local não pode ser um meio para o Estado se desresponsabilizar das suas competências», referindo-se à recente transferência de competências para as autarquias na área da educação.

As reivindicações da população aveirense encontram correspondência no programa e acção da CDU, desde os transportes que «não podem só servir para fazer o trajecto escola–casa ou casa–trabalho» ao desporto, onde se exigem mais e melhores espaços, nomeadamente com a requalificação do campo de basquetebol do Jardim da Fonte Nova e da criação de um skatepark em Espinho.Também a valorização do movimento associativo, da cultura e da produção artística foram destacados, num tempo em que é preciso «fazer frente à promoção de valores como o individualismo e o preconceito».

Na mesa do comício estiveram vários dirigentes do PCP e do PEV, assim como Fernando Saramago, primeiro candidato pela CDU a Estarreja

Na Guarda, dezenas juntaram-se no Parque Urbano do Rio Diz para mais um momento de afirmação da CDU. Antes das intervenções, houve espaço para a leitura do poema «Soneto do Trabalho» por João Taborda, assim como um momento musical proporcionado por Mariana Lisboa.

José Pedro Branquinho, candidato à Câmara Municipal da Guarda, referiu que «as pessoas sabem que podem confiar na CDU» enquanto a força que não muda «de cara no dia a seguir às eleições».

Apresentando algumas das prioridades para o concelho, mencionou a «reabilitação urbana da zona histórica da cidade»; a defesa dos produtos endógenos; «a protecção do rio Nóeme e rio Diz», assim como «mais autocarros» e com «mais frequência», garantindo o direito à mobilidade.

Ainda no plano das prioridades, afirmou a defesa da regionalização, «contra a municipalização das funções sociais do Estado», assim como da escola pública enquanto «um local de liberdade, convívio saudável, solidariedade e promoção da paz».

Lutar pelo Ambiente
Em ambas as iniciativas, falou ainda Miguel Martins, membro do Conselho Nacional do PEV. Valorizando a «luta de aqueles que estão descontentes e sofrem os efeitos das políticas de desinvestimento actuais», o dirigente dos Verdes reforçou «a urgência da requalificação da linha do Vouga» e a abolição das «portagens que ainda existem na A25.»

A CDU avança com aquilo que se impõe na defesa da natureza, com o «reforço em recursos humanos e materiais» e na agricultura, «valorizando circuitos curtos como os mercados municipais e priorizando o consumo de produtos locais nas cantinas escolares e na restauração».

 

Marcha de 26 de Junho de resistência e de esperança

Paulo Raimundo apelou à participação na marcha «Cumprir a Constituição. Aumentar salários e pensões. Para uma vida melhor» (ver pág. 11), promovida pelo PCP. Em Lisboa, a iniciativa tem início às 18h00, junto à Assembleia da República, seguindo em direcção ao Cais do Sodré. No Porto, o desfile começa às 18h30, entre a Praça da Batalha e a Via Catarina.

«Trata-se», afirmou no Seixal, «de uma marcha pela vida de cada um, de combate, de resistência, mas também de liberdade, de democracia, de esperança, para abrir um caminho que é necessário para a vida da maioria». Deixou, por isso, o apelo à participação de todos os «que se sentem injustiçados», que têm «razões profundas para protestar» e para «provocar um sobressalto», sublinhando que se trata de uma marcha «aberta a todos» e que «fazem falta todos aqueles que sabem que é preciso — e é possível — criar uma vida melhor para a maioria do nosso povo».

Golpadas, propaganda e negociatas
Nas intervenções que foi realizando – no Seixal, em Estarreja, na Guarda ou em Avis (ver pag. 8 e 9) – e acompanhando a actualidade política, o Secretário-Geral do PCP classificou como uma «golpada» o negócio da venda do Novo Banco (ver pag. 14). Lembrou que os portugueses já pagaram oito mil milhões de euros para libertar o banco, que acabou por ser vendido a um fundo americano por mil milhões de euros.

Contudo, informou Paulo Raimundo em Estarreja, o banco foi, na prática, adquirido a custo zero, já que os mil milhões foram retirados dos próprios dividendos do banco. Agora, o Novo Banco está a ser vendido por 6,4 mil milhões de euros.

O PCP já anunciou que vai avançar com uma iniciativa na Assembleia da República com vista à recuperação do controlo público do Novo Banco.

O momento coincidiu também com a entrega do programa do Governo (ver pag. 32), que apelidou de «propaganda» e de «negociatas» para «sacar recursos do Estado», como acontece no Serviço Nacional de Saúde, «transferindo tudo para aqueles que fazem da doença um negócio», na habitação, na banca, na TAP, «mas não só», referindo-se ainda ao «golpe» nas leis laborais, para precarizar ainda mais, para aumentar as horas de trabalho e para aumentar o tempo de trabalho.