- Nº 2690 (2025/06/18)

ONU rejeita mecanismo de controlo à alimentação na Faixa de Gaza

Internacional

A agência da ONU encarregada de ajudar os refugiados palestinianos renovou as suas críticas ao novo mecanismo de entrega de alimentos na Faixa de Gaza, impulsionado por EUA e Israel, considerado ineficaz e humilhante. O comissário geral da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) afirmou que esse mecanismo não aborda a fome no território. A chamada nova forma de gerir a assistência na Faixa de Gaza é sumamente degradante, humilhante, e põe vidas em perigo, denunciou.

O responsável afirmou que as Nações Unidas têm o conhecimento, a experiência e a confiança da comunidade para oferecer uma assistência segura na Faixa de Gaza, onde se registaram mais de 55 mil palestinianos mortos desde Outubro de 2023, além de dezenas de milhares que foram feridos ou estão desaparecidos, em resultado da agressão israelita.

Em princípios de Junho corrente, o comissário geral da UNRWA afirmou que o novo mecanismo, imposto por Telavive e Washington, é uma «armadilha mortal». Assinalou então que «esse sistema humilhante obrigou milhares de pessoas esfomeadas e desesperadas a caminhar dezenas de quilómetros» até um centro de «ajuda» para receber alimentos. Tais entregas devem ser realizadas em grande escala e de maneira segura, contrapôs.

Numa outra mensagem, o responsável apelou a Israel para levantar o bloqueio contra a população palestiniana na Faixa de Gaza e permitir à ONU um acesso seguro e sem impedimentos para distribuir a ajuda com o fim de «evitar a fome massiva que afecta inclusivamente um milhão de crianças».

O actual modelo em distribuição equivale a convidar as pessoas à morte, assegurou na semana passada a porta-voz da UNRWA, Juliette Touma. «A única forma de distribuir ajuda em grande escala e de forma segura à população da Faixa de Gaza é através das Nações Unidas, incluindo a UNRWA», reiterou a responsável.