Prossegue e alarga-se a mobilização pela Palestina

O fim do genocídio e da ocupação, o cessar-fogo imediato e a entrada sem restrições da ajuda humanitária na Faixa de Gaza são as reivindicações centrais das acções que por estes dias se realizam em vários pontos do País, a que se soma uma outra, dirigida às autoridades portuguesas: o reconhecimento imediato do Estado da Palestina.

Exige-se o reconhecimento imediato do Estado da Palestina pelo Governo português


No dia 13 à noite, cerca de 1500 pessoas concentraram-se, em vigília, na Praça Humberto Delgado, no Porto – naquela que muitos consideraram a maior acção de solidariedade com a Palestina a que a cidade assistiu nos últimos anos.

Para além da reafirmação das exigências que uma vez mais uniram o CPPC, a CGTP-IN, o MPPM e o Projecto Ruído – Associação Juvenil, criticou-se com veemência a posição dúbia e cúmplice do Governo português e das instituições da União Europeia em relação à chacina em curso na Faixa de Gaza. Contestado foi, igualmente, o apoio militar, logístico e político dos EUA ao regime criminoso, colonialista e de apartheid de Israel.

A projecção da bandeira da Palestina – vermelha, verde, negra e branca – na fachada da Câmara Municipal do Porto, as velas acesas formando a palavra “Palestina, a música e a poesia acrescentaram emotividade ao evento, que se estendeu por mais de duas horas e meia: a palestiniana Rita Alsalaq, a actriz Sara Barros Leitão e a poetisa e editora Iolanda Oliveira leram poemas; Luís Pimenta, Rui David, Nuno Melo e as Sopa de Pedra (no seu inigualável canto a capella) asseguraram os momentos musicais.

As intervenções, essas, ficaram a cargo dos representantes de várias organizações, das promotoras a outras, que entretanto se associaram: pela CGTP-IN, o Secretário-Geral Tiago Oliveira e o coordenador da União dos Sindicatos do Porto, Filipe Pereira; pelo CPPC, João Rouxinol; pelo MPPM, José António Gomes; pelo Projecto Ruído, Joana Machado; e ainda Bruno Costa, do Colectivo pela Libertação da Palestina, Mohamed Shah Alam, da Comunidade Bengali, e Ana Magalhães, da associação Parents for Peace (Pais pela paz). A vigília terminou com “Grândola Vila Morena”, cantada pelos presentes.

No mesmo dia, mas em Viana do Castelo, realizou-se um cordão humano na Ponte Eiffel, com largas dezenas de pessoas empunhando bandeiras da Palestina e entoando palavras de ordem contra o genocídio, pelo cessar-fogo, pelo reconhecimento do Estado da Palestina pelo Governo português. No fim-de-semana, em Coimbra, foram colocadas faixas em vários locais, em solidariedade com as crianças da Palestina.

Lisboa e Setúbal

Para ontem, já depois do fecho da nossa edição, estava marcada uma manifestação em Lisboa, entre o Largo Camões e a Assembleia da República, onde a essa hora decorreria a discussão do Programa do Governo. «Reconhecimento do Estado da Palestina já!» era, aliás, uma das principais exigências – esta a dirigir ao Governo português –, a par do fim do genocídio. Também para ontem estavam previstos um buzinão na ponte 25 de Abril e um acto público em Setúbal. A estas acções regressaremos na próxima edição.

No dia 1 de Julho, às 17h00, há um cordão humano em Coimbra, a partir do Largo da Portagem.

 



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