Cimeira da NATO agrava escalada militarista

A cidade de Haia, nos Países Baixos, acolheu nos dias 24 e 25 uma cimeira da NATO, que apontou a novos saltos na escalada militarista e ao reforço da política de confrontação e guerra.

Nova expressão do carácter agressivo da NATO


À hora do fecho desta edição ainda não eram conhecidas as conclusões da cimeira, mas o essencial dos seus objectivos era público há muito: já no início do mês, o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, tinha reveladoque iria ser proposto um «plano de investimento global que totalizará 5 por cento do PIB» em despesas militares no quadro deste bloco político-militar. Este patamar – que mais do que duplica o anterior, de 2 por cento – foi precisamente o fixado pela actual administração norte-americana assim que assumiu funções.

A NATO, composta por 32 Estados, representa já hoje 55 por cento dos gastos militares mundiais e os membros europeus (sem contar com os EUA, portanto, que representam 37 por cento do total) têm despesas consideravelmente superiores às russas e às chinesas. Em vésperas da cimeira, o Governo português decidiu – com o apoio do PS e do Chega – antecipar para 2025 o patamar de 2 por cento, até então previsto para 2029. No início da semana, Rutte referiu-se ao propósito de «expandir a indústria de defesa»: oobjectivo, salientou, é alcançar uma NATO «mais forte» e «mais letal». Referiu-se às “parcerias” na região da Ásia-Pacífico, à relação com a UE e garantiu que, da parte da NATO, a guerra na Ucrânia é para continuar.

Paz Sim! NATO Não!”
Denunciando os objectivos militaristas da cimeira de Haia e reafirmando a exigência constitucional de dissolução dos blocos político-militares, CPPC e CGTP-IN promoveram duas iniciativas públicas, em Lisboa e no Porto(esta, marcada para ontem, teve lugar já depois do fecho da nossa edição), intituladas “Paz Sim! NATO Não!”.

A primeira, realizada no Largo José Saramago, junto à sede da Fundação que tem o nome do escritor – também ele um empenhado lutador pela paz – contou com intervenções de Isabel Camarinha e Dinis Lourenço, pelas organizações promotoras, a apresentação de Rita Faísca, do Projecto Ruído, e a poesia na voz do encenador e actor Fernando Jorge Lopes. Uma exposição patente no local denunciava a natureza belicista da NATO, as agressões militares que promoveu e o papel preponderante que assume na actual escalada militarista.

Presente no local, Paulo Raimundo garantiu não ser necessário esperar pelas conclusões para inferir que esta cimeira constitui uma nova expressão do carácter agressivo da NATO e um gravíssimo passo na escalada de confrontação e de guerra. Ela revela também o alinhamento das potências da União Europeia (e também de Portugal) com a estratégia do imperialismo.«Portugal não é uma província da União Europeia, um apêndice da NATO e muito menos uma base do EUA», sublinhou.

Iniciativas internacionais
O deputado do PCP no Parlamento Europeu, João Oliveira, participou em duas iniciativas internacionais em defesa da paz e contra a cimeira da NATO: o Fórum Internacional pela Paz, realizado na segunda-feira em Bruxelas, e a iniciativa “Não ao rearmamento, não à guerra”, em Haia, na terça-feira.

Em ambas, reafirmou a premência de intensificar a luta contra a militarização da União Europeia e pela dissolução da NATO e defendeu a criação de um sistema de segurança colectiva. Para João Oliveira, os recursos financeiros deverão ser canalizados para a melhoria das condições de vida dos povos e o desenvolvimento das capacidades científicas, tecnológicas e produtivas dos países.

 



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