O podcast da Festa do Avante! já vai, este ano, no quarto episódio. Intitulado Quintas do Avante!, é um espaço de conversa em torno da cultura, do convívio, do trabalho e da luta.

A mais recente convidada é a artista plástica Rita Andrade, que estará presente com uma exposição no Espaço das Artes da Festa do Avante!, intitulada “A insustentável leveza do poder”. Na conversa, a jovem artista conta como a música de Roger Waters a levou à Palestina e de que forma essa viagem a transformou enquanto pessoa e artista, descobrindo o poder da arte (e, no seu caso, da pintura) como forma de resistência, intervenção e questionamento. Na Palestina viu a humilhação diária de que os palestinianos são vítimas e transportou essa denúncia para as suas telas.

O cartunista brasileiro Carlos Latuff foi o convidado anterior: nascido no Rio de Janeiro, define-se como “cartunista político” e “cronista visual da barbárie”. Os seus desenhos circulam em portais noticiosos de vários países. Entre outros assuntos, denuncia a hipocrisia inerente à suposta “liberdade de expressão” como é concebida na generalidade dos países ocidentais. «Dependendo do assunto, você está ou não coberto pela “liberdade de expressão”», acusa, exemplificando: «se você faz críticas ao genocídio de Israel [na Faixa de Gaza], se faz crítica à política da OTAN em relação à Ucrânia, você já não está mais amparado pelo conceito de “liberdade de expressão”.»

João Santana da Silva, historiador e dirigente associativo, estuda o futebol, o trabalho e o associativismo nos bairros operários de Lisboa. Fala do papel dos clubes na revitalização dos bairros: «os clubes têm uma função essencial em manter as relações de bairro», o que é ainda mais importante em momentos de crise, considera. Destaca também o papel das colectividades na organização das populações e valoriza o desporto popular, precisamente o que está mais próximo das pessoas e que é, por isso, o mais capaz de garantir a todos o acesso à prática desportiva.

A temporada do Quintas do Avante! de 2025 abriu com o investigador musical e autor de programas radiofónicos e televisivos João Carlos Callixto, que discorreu sobre a história da música popular em Portugal na segunda metade do século XX. Valorizando a Festa como um evento único em Portugal ao nível da diversidade da oferta musical, reconheceu que «é pela música que eu chego à Festa, mas apaixonei-me pela Festa por tudo o resto».

Os episódios saem às quintas-feiras e estão disponíveis nas principais plataformas.