«Indiferença» e «frieza» nas demolições na Amadora
A CDU acompanhou de perto o processo de demolição de habitações precárias iniciado pela Câmara Municipal da Amadora na Estrada Militar, na semana passada. Através dos seus eleitos e activistas, reclamou soluções justas para as famílias afectadas.
Deve ser a dignificação das pessoas a nortear a acção sobre as habitações precárias
A coligação que une comunistas, ecologistas e democratas sem partidos interveio das mais diversas formas junto da autarquia e do presidente da Câmara Municipal procurando esclarecimentos quanto às soluções preconizadas para as famílias afectadas e alertando para as providências cautelares admitidas em Tribunal, que viriam a motivar a interrupção da intervenção. A CDU salienta que este processo ficou marcado pela «indiferença» e «frieza» na comunicação às pessoas visadas, impondo «a incerteza e o trauma de quem ficou à mercê de perder o tecto, mesmo que precário, empurrando trabalhadores e crianças para a rua».
Qualquer intervenção para resolver as situações de habitações precárias que persistem no concelho deve, para a CDU, ter como objectivo a «dignificação da vida das pessoas». Inaceitável, acrescenta, é a «crescente promoção de desumanização dos que menos têm, estimulada por diversas forças políticas, de que este processo é expressão». Estas forças, acusa a coligação PCP-PEV, «instrumentalizam o problema geral da habitação, no qual têm profundas responsabilidades, colocando pessoas contra pessoas e desviando a atenção das questões essenciais».
O problema é de acesso
No comunicado emitido a este propósito, a coordenadora da CDU da Amadora rejeita que exista no concelho um problema de falta de habitação. O que há, garante, é um «problema grave de acesso à habitação»: com anúncios de quartos de casal a 600 euros e com preços raras vezes inferiores a 800 euros por um T0 ou 900 euros por um T1, «fica clara a dificuldade que as famílias hoje encontram na Amadora para arrendar uma casa». Naquele concelho da Área Metropolitana de Lisboa, há cerca de oito mil casas vazias.