Projecto distintivo é o da CDU
Discursando, na sexta-feira da semana passada, dia da formalização do acordo de coligação «Viver Lisboa» (constituída pelo PS, L, BE e PAN), Alexandra Leitão (PS) procurou apresentar-se como tendo um projecto para Lisboa e para a transformação da cidade, quando todo o percurso do PS aponta exactamente em sentido contrário.
Ora, tendo presente o mandato que agora termina, questiona-se: Como é possível apresentar-se como alternativa à actual gestão Carlos Moedas/PSD/CDS, afirmando um projecto diferente e potencialmente unificador para transformar a cidade, eles que aprovaram todos os instrumentos de gestão da Câmara de Lisboa ao longo destes quase quatro anos – instrumentos urbanísticos e financeiros – designadamente o Orçamento Municipal, quando, em simultâneo, em câmaras de maioria CDU (Seixal, Setúbal, Palmela), na mesma área metropolitana, tiveram o comportamento exactamente oposto, ou seja, votaram contra instrumentos fundamentais (sendo o último exemplo o chumbo ao Plano Director Municipal de Palmela, na semana passada), tentando assim obstaculizar (ou mesmo inviabilizar) a gestão da Coligação PCP-PEV?
Não deixa também de ser curioso que outros partidos dêem o seu acordo à coligação «Viver Lisboa» - L, BE e PAN – em nome de ideias ditas «progressistas, humanistas e responsáveis» face a um PS que, a nível do poder local, tem este percurso e esta atitude e, perante o poder central, viabiliza igualmente o programa do Governo, com a sua sanha antilaboral, anti-social e antidemocrática?
A CDU, é, de facto, um projecto autárquico distintivo, com provas dadas ao serviço das populações. Como sublinhou João Ferreira, «pelo papel que assumiu nos órgãos municipais ao longo dos anos; pelo trabalho desenvolvido na cidade e pelo conhecimento que dela tem; pela sua identificação com as dificuldades, anseios e aspirações da população; pelo projecto de que é portadora; a CDU deve ser um espaço de dinamização da convergência e unidade necessárias à transformação da cidade de Lisboa. Uma frente unitária e popular não diluível em falsas alternativas, que alimentam infundadas expectativas, branqueiam responsabilidades políticas pelo actual estado da cidade». (Revista O Militante, n.º 397, Julho/Agosto, 2025, p. 37)
Por mais que se queira afirmar o contrário, a coligação «Viver Lisboa» é uma falsa alternativa. Projecto verdadeiramente distintivo é o da CDU! É em torno deste que uma ampla frente unitária e popular se deve construir, para que se possa viver melhor nesta cidade.