Organizações regionais na Festa do Avante!

“Viagem” pelo País dá vida às lutas e culturas de todas as regiões

Não é magia ou uma viagem no tempo – qualquer visitante da Festa do Avante! pode, em poucas horas, fazer uma “viagem” política e cultural pelo País, começando no canto mais profundo de Trás-os-Montes e terminando numa ilha dos Açores ou da Madeira.

Visitante pode conhecer lutas e tradições de todo o País

Esta possibilidade só pode ser concretizada porque, durante a Festa, a Quinta da Atalaia é palco dos espaços das organizações regionais do Partido, espalhados um pouco por todo o recinto.

Das salinas de Aveiro à pesca no Algarve, passando pelas muitas lutas dos trabalhadores e das populações, o visitante pode, nos três dias de Festa, conhecer os mais variados assuntos de todas as regiões do País.

Lutas contra as privatizações

O combate às privatizações e a importância do carácter público das empresas estratégicas é, este ano, um dos temasdos Açores – nomeadamente a luta contra a venda da IROA, IAMA e Portos dos Açores. O espaço também aborda o turismo (e os efeitos negativos que pode ter) e homenageia o “escritor militante” José Dias de Melo no seu centenário.

Na mesma senda, Lisboa dá expressão à luta pelo controlo público de sectores económicos fundamentais, expondo painéis criados por diferentes artistas.Aqui, além dos habituais espaços de Alfarrabista, Feira da Ladra, Pavilhão do Coleccionador, Sai-Sempre e Loja de Lisboa, pode-se apreciar as noites de fado, a partir das 20h00.

Celebrar e cumprir Abril

Abril é tema central do Alentejo – que reúne Beja, Évora, Litoral Alentejano e Portalegre –, particularmente a celebração dos 50 anos da Reforma Agrária, notável processo de construção colectiva que ganha vida na exposição, debates, momentos culturais, decoração e murais. Estão igualmente presentes o papel e património de intervenção do PCP neste processo, e a necessidade actual da transformação fundiária da terra.

A luta pelos valores de Abril tem igual destaque em Castelo Branco e Guarda, com a actualidade deste combate nos dois distritos (a par da actividade do Partido), dando ênfase ao desenvolvimento regional, direitos dos trabalhadores, mobilidade e serviços públicos.

Também Viseudá espaço à defesa de Abril e à “coragem que enfrenta a direita”, presente em histórias e testemunhos – em particular, no debate sobre o assalto ao centro de trabalhoviseense, em 1975 – e na homenagem da DORV a Conceição Matos este ano.

Aqui,o destaque é igualmente dado aos vinhos e espumantes, à posta arouquesa, à vitela assada no forno e à habitual Taberna Beirã.

Valorizar as actividades tradicionais

As actividades tradicionais ganham particular relevo, este ano, no Algarve, que aborda a pesca, o marisqueiro, o seu impacto na região, a situação dos seus profissionais e os impactos da política de direita. O pavilhão conta, também, com uma exposição política sobre a luta e intervenção do PCP na região.

Também Bragança põe foco no papel da pastorícia na manutenção dos baldios, presenteem pósteres e numa homenagem a Mário Cardoso, pastor dos Cortiços, falecido em 2024, que Adriano Correia de Oliveira representou na cantiga “Em Trás-os-Montes à tarde”.

Na história de cada região

A Festa é cultura, e a cultura também é história. Por isso, Aveiro traz-nos o sal, preciosa dádiva arrancada à natureza desde a Antiguidade – então, constituindo parte da recompensa paga por Roma aos seus soldados, o chamado salarium –, a par da ria de Aveiro e das suas salinas, duramente trabalhadas, com utensílios ancestrais, pelos marnotos.

Já a Madeira divulga – como forma de valorizar a multiculturalidade presente no arquipélago – o fenómeno da atracção pela cerâmica muçulmana, verificada desde final da Idade Média e início da Época Moderna, lembrando como a região não ficou imune a esse fenómeno, muito pelo contrário.

Defender os transportes públicos…

A defesa dos serviços públicos é uma das muitas lutas da actualidade. Nesse sentido, Braga dá espaço à defesa da mobilidade pública, acessível e integrada – denunciando o encerramento da malha ferroviária no distrito e exigindo a linha Braga-Guimarães e um passe intermodal no Minho.

Aqui pode-se aproveitar o arroz de pato à moda do Minho, doçaria tradicional e artesanato local, da olaria de Barcelos à cestaria.

Os transportes públicos são, igualmente, temática do Porto, pelo papel decisivo que assumem na mobilidade e no desenvolvimento. A decoração reflecte, por isso, a intervenção do Partido em defesa da rede Metro, da consagração da STCP como operador metropolitano, do reforço da rede UNIR, da abertura da linha de Leixões aos passageiros e da reabertura da linha do Tâmega.

e o direito à saúde

A defesa do SNS e do direito à saúde é tema de Coimbra, que, com exposições e debates, reflecte o papel imprescindível do acesso à saúde, o impacto das políticas de direita no SNS, e a luta das populações, utentes e profissionais.

Da mesma forma, o direito à saúde e a defesa da Constituição dão mote ao espaço de Leiria, particularmente na sua decoração política, fazendo referência ao SNS e ao cumprimento da lei fundamental.

Viana do Castelo, em murais e na exposição, denuncia o resultado da política de direita na degradação do SNS no Alto Minho e coloca em debate o direito à saúde (em aspectos como a reabertura das urgências encerradas).

Já em Santarém dá-se evidência à luta das populações em defesa dos serviços públicos no distrito, com destaque para transportes públicos de qualidade, oSNS e a água como bem público (a par do direito à habitação).

Poder local, pilar da democracia

Setúbal tem o conteúdo expositivo no seu pavilhão dedicado ao poder local, garantia de democracia, desenvolvimento e participação. A sua decoração e os seus murais abordam, ainda, os turnos e ritmos de trabalho, os salários e os direitos dos trabalhadores.

No mesmo sentido,Vila Real dá foco ao poder local democrático, conquista de Abril que em muito contribuiu para o progresso na região. O tema é abordado na decoração do pavilhão e num debate a ser realizado neste espaço.

O poder local – e, principalmente, as eleições autárquicas de Outubro – são ainda tema dos Açores, Alentejo, Coimbra, Porto e Viseu.

 

Espaço Criança dedicado à construção do amanhã

O Espaço Criança é dedicado à celebração de meio século de história, dedicação e impacto da Associação “Os Pioneiros de Portugal”. Sob o lema “Pioneiros de Portugal: há 50 anos a construir o amanhã”, o espaço mostra como a associação tem sido um pilar na formação de jovens, promovendo valores como a solidariedade, cidadania e espírito de aventura.

 

Igualdade e emancipação no Pavilhão da Mulher

O Pavilhão da Mulher é espaço de encontro, conversas, convívio e confraternização, numa área arborizada e aprazível, dando destaque à importância que o PCP atribui à igualdade e emancipação das mulheres eà sua luta pelos seus direitos, pela igualdade no trabalho, família e sociedade. O destaque é dado à exigência de cumprir a Constituição e os caminhos de igualdade e emancipação que trilha, e à luta pela paz.

 

Pavilhão da Emigração, dos (re)encontros ao convívio

Pavilhão da Emigração é espaço de encontros, reencontros e convívio para visitantes e para todos os que vivem e trabalham fora do País.Além da alegria constante, podem saborear-se petiscos como a salsicha alemã, as tapas de queijo espanholas ou o chouriço assado, bem como refeições completas e ofertas vegetarianas – tudo pensado para que todos se sintam acolhidos.

 

Solidariedade é marca do Pavilhão dos Imigrantes

Para além de ser espaço de solidariedade entre trabalhadores de todas as nacionalidades, unidos contra a exploração, as injustiças e as desigualdades e na luta por um mundo melhor, o Pavilhão dos Imigrantes é, também, o espaço onde se aborda os 50 anos da independência das ex-colónias.

 

 



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