Líbia

Tortura denunciada na ONU

O en­viado es­pe­cial das Na­ções Unidas para a Líbia con­firmou, sexta-feira, 11, que a tor­tura é uma prá­tica dis­se­mi­nada no país após o der­rube do an­te­rior re­gime.

Sete mil pes­soas estão em cár­ceres onde a tor­tura é fre­quente

Image 10464

Pe­rante o Con­selho de Se­gu­rança da ONU (CS), Ian Martin ad­mitiu que os dados re­co­lhidos pela sua equipa in­dicam que os maus-tratos e a tor­tura são fre­quentes nos 31 cár­ceres ad­mi­nis­trados pelo au­to­pro­cla­mado Con­selho Na­ci­onal de Tran­sição (CNT), nos quais se cal­culam que es­tejam de­tidas cerca de três mil pes­soas.

«Per­sistem os casos de maus-tratos e tor­tura», disse Martin, para quem a «res­posta a estas prá­ticas devia ser uma pri­o­ri­dade do go­verno no ca­minho da cons­trução de uma nova cul­tura de di­reitos hu­manos e de Es­tado de di­reito no país» (EFE 11.05.2012).

O res­pon­sável instou ainda as novas au­to­ri­dades a as­su­mirem o con­trolo das de­zenas de cen­tros de de­tenção, muitos dos quais ile­gais, que per­ma­necem nas mãos dos grupos de mer­ce­ná­rios. Cal­cula-se que nestas pri­sões es­tejam ou­tros quatro mil su­postos apoi­antes do re­gime der­ru­bado pela agressão im­pe­ri­a­lista, su­jeitos a igual tra­ta­mento.

Martin exem­pli­ficou a si­tu­ação com a morte, a 13 de Abril, de três pes­soas num centro de de­tenção em Mis­rata, casos sobre os quais a missão da ONU no ter­ri­tório diz ter «in­for­ma­ções con­fiá­veis».

As mesmas provas in­dicam que «pelo menos ou­tras sete pes­soas foram tor­tu­radas até à morte no mesmo centro» (Te­lesur 11.05.2012).

O en­viado das Na­ções Unidas notou ainda que os re­latos res­pei­tantes aos maus-tratos e às tor­turas, e os «sé­rios obs­tá­culos no acesso dos ci­da­dãos à jus­tiça», con­trastam com as pro­messas feitas pelo CNT, mas, con­tra­ri­a­mente ao que su­cede quando o CS das Na­ções Unidas se de­bruça sobre re­gimes e povos em­pe­nhados em cons­truir um fu­turo con­trário aos in­te­resses do im­pe­ri­a­lismo, Martin con­cluiu, com bran­dura, que as Na­ções Unidas vão «tra­ba­lhar com as au­to­ri­dades lí­bias» com o ob­jec­tivo de «ga­rantir que os casos são es­tu­dados e as de­nún­cias re­gis­tadas» (EFE).

Ci­ni­ca­mente, o chefe da missão con­si­derou também que «há cada vez mais si­nais que mos­tram que a Líbia se move em di­recção à de­mo­cracia» e ao «livre exer­cício da li­ber­dade de ex­pressão, com mais meios de co­mu­ni­cação e as­so­ci­a­ções civis» (Te­lesur).



Mais artigos de: Internacional

Agressão sem tréguas

Nem a pre­sença de ob­ser­va­dores en­vi­ados pelas Na­ções Unidas trava os aten­tados ter­ro­ristas na Síria. Rússia e China acusam as po­tên­cias im­pe­ri­a­listas de apoi­arem os grupos ar­mados.

Presos palestinianos supendem greve

Os cerca de 1500 palestinianos que se encontravam desde o dia 17 de Abril em greve de fome contra as condições prisionais em que se encontram detidos em Israel aceitaram suspender o protesto, confirmou o ministro dos Assuntos Prisionais palestiniano. De acordo com informações divulgadas por...

Protestos voltam a Israel

Milhares de israelitas voltaram a exigir ao governo nas ruas de várias cidades israelitas, sábado, 12, medidas que combatam a desigualdade, a pobreza, o desemprego, os baixos salários e a precariedade, e promovam o progresso e justiça social. De acordo com informações...

PC Paraguaio legalizado

Ao fim de 66 anos, o Partido Comunista Paraguaio foi reconhecido pelo Tribunal de Justiça Eleitoral e está habilitado a participar nos processos de consulta popular com a sua sigla e com o símbolo da foice e do martelo, informou o PC do Paraguai em nota à imprensa. No texto, os comunistas...

PCP lamenta<br>morte de Tomás Borge

O Secretariado do Comité Central do PCP enviou à Direcção Nacional da Frente Sandinista de Libertação Nacional uma carta, que abaixo publicamos na íntegra, onde lamenta a morte de Tomás Borge.   «Foi com tristeza que recebemos a notícia do...

Liberdades sob sequestro na Guiné-Bissau

O golpe de estado militar na Guiné-Bissau foi «legitimado» pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (Cedeao). Foram assim ignoradas decisões da própria organização e de outros fóruns internacionais como ONU,...