João Amaral

Voto de pesar

Foi com um voto de pesar, apre­sen­tado pelo Grupo Par­la­mentar do PCP e logo subs­crito por todas as ban­cadas, apro­vado por una­ni­mi­dade, que a As­sem­bleia da Re­pú­blica as­si­nalou o de­sa­pa­re­ci­mento de João Amaral, ren­dendo-lhe ho­me­nagem pela «sua de­di­cação à causa pú­blica e ao Par­la­mento».

De todos os qua­drantes fi­zeram-se ouvir pa­la­vras con­ver­gentes la­men­tando a morte do ex-vice-pre­si­dente da As­sem­bleia da Re­pú­blica e membro do PCP.

Ber­nar­dino So­ares, em nome da ban­cada co­mu­nista, re­alçou o facto de João Amaral ter sido «por ex­ce­lência um grande par­la­mentar que, através das suas in­dis­cu­tí­veis qua­li­dades, ca­pa­ci­dades e mé­ritos, deu um des­ta­cado tes­te­munho de ética de ser­viço pú­blico, da ge­ne­ro­si­dade na de­fesa dos in­te­resses po­pu­lares e da com­ba­tiva afir­mação de grandes causas de­mo­crá­ticas que fazem parte do pa­tri­mónio e da ma­neira de ser e de estar do PCP».

Para o líder par­la­mentar co­mu­nista, a reter, de João Amaral, fica também a «qua­li­dade e rigor das suas in­ter­ven­ções» e a «vi­va­ci­dade que sempre pôs em todos os de­bates», não sendo es­que­cida «a dig­ni­dade com que, en­quanto Vice-Pre­si­dente da As­sem­bleia, di­rigia os tra­ba­lhos par­la­men­tares».

«O Par­la­mento deve-lhe também um per­ma­nente em­pe­nha­mento na sua dig­ni­fi­cação, no res­peito pelas suas com­pe­tên­cias e na va­lo­ri­zação da dis­cussão e do con­tra­di­tório po­lí­tico», acres­centou o pre­si­dente da for­mação co­mu­nista, antes de re­cordar a forma isenta e ri­go­rosa como João Amaral cum­priu desde 1990 as suas fun­ções de au­tarca na qua­li­dade de pre­si­dente da As­sem­bleia Mu­ni­cipal de Lisboa.

Igual­mente evo­cadas foram as «tantas e tantas ba­ta­lhas po­lí­ticas» que travou, e que «com o seu saber ajudou a cons­truir a in­ter­venção e as pro­postas do PCP», dei­xando «laços de ami­zade e res­peito».

«E são essas ba­ta­lhas e esse per­curso que mais guar­damos da sua me­mória», su­bli­nhou Ber­nar­dino So­ares, antes de con­si­derar que «o que me­lhor res­peita a ver­dade, a his­tória e os laços que se es­ta­be­lecem entre os ho­mens é não con­fundir nem o mé­rito e o re­co­nhe­ci­mento da sua in­ter­venção ao longo de quase quatro dé­cadas, nem as ques­tões hu­manas, com ou­tras ques­tões po­lí­tico-par­ti­dá­rias».



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