Trabalhadores recusam pagar ainda mais

Responder à crise com a luta

O pre­texto das di­fi­cul­dades fi­nan­ceiras do Es­tado e das em­presas está a ser usado como pano de fundo para re­duzir o em­prego, os di­reitos e os ren­di­mentos dos tra­ba­lha­dores. Mas estes não aceitam e res­pondem com a luta.

Carlos Car­va­lhas, se­cre­tário-geral do PCP, tinha mar­cado para ontem um en­contro com tra­ba­lha­dores de em­presas do dis­trito de Aveiro, onde as di­fi­cul­dades atingem pro­por­ções graves. Entre ou­tros, iriam estar em foco, du­rante a reu­nião na Bi­bli­o­teca Mu­ni­cipal de Aveiro, os pro­blemas sen­tidos por mi­lhares de ho­mens e mu­lheres da CJ Clark, da Bawo, da Oliva, da Phi­lips, da Que­ma­textil, da Ya­zaki Sal­tano, da Efacec, da Ecco e da Fos­fo­reira Por­tu­guesa.

Um re­sul­tado prá­tico do en­contro de­verá ser a apre­sen­tação, na AR, de pro­postas e me­didas de ur­gência, no­me­a­da­mente o pro­jecto-lei co­mu­nista sobre des­lo­ca­li­zação de em­presas.


Ad­mi­nis­tração local


Igual­mente para ontem, foi con­vo­cado o ple­nário na­ci­onal do STAL, «para ana­lisar a ac­tual si­tu­ação so­cial e po­lí­tica e dis­cutir formas de luta». Ao anun­ciar a reu­nião, a di­recção do sin­di­cato adi­antou que as con­clu­sões iriam ser en­tre­gues ao mi­nistro das Ci­dades, para cujo ga­bi­nete al­gumas cen­tenas de di­ri­gentes e de­le­gados sin­di­catos se des­lo­ca­riam em des­file.

O pro­cesso de re­visão sa­la­rial, a ofen­siva à apo­sen­tação, o pa­cote la­boral e ques­tões es­pe­cí­ficas dos tra­ba­lha­dores da ad­mi­nis­tração local (di­versos pro­blemas já há muito co­lo­cados pelo STAL, os re­flexos da si­tu­ação de as­fixia fi­nan­ceira das au­tar­quias lo­cais, o pro­cesso de des­truição de ser­viços pú­blicos) fi­gu­ravam entre os pro­blemas a de­bater.

A par de novas formas de luta no sector, ia ser ana­li­sada a par­ti­ci­pação em ac­ções no âm­bito da CGTP e da Frente Comum de Sin­di­catos da Ad­mi­nis­tração Pú­blica.


Va­lorsul


Os tra­ba­lha­dores da Va­lorsul en­traram em greve terça-feira, rei­vin­di­cando me­lhores sa­lá­rios, um sub­sídio de turno e dis­po­ni­bi­li­dade e a me­lhoria das con­di­ções de saúde, hi­giene e se­gu­rança.

A greve na em­presa res­pon­sável pelo tra­ta­mento do lixo de quatro con­ce­lhos da área de Lisboa, se­gundo o Sin­quifa/​CGTP, co­meçou com «adesão total».

Ar­mando Fa­rias, do Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Quí­mica, Far­ma­cêu­tica, Pe­tróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas, es­tru­tura que con­vocou a greve até às 8 horas de quarta-feira, disse à Lusa que a adesão dos tra­ba­lha­dores à greve foi total e muito lixo de Lisboa, Loures, Ama­dora e Vila Franca de Xira ficou por re­co­lher ou não foi de­po­si­tado para tra­ta­mento.


OGMA


Na terça-feira, 30 tra­ba­lha­dores da OGMA - In­dús­tria Ae­ro­náu­tica de Por­tugal foram ame­a­çados de des­pe­di­mento por parte do con­selho de ad­mi­nis­tração da em­presa, de­nun­ciou o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores Civis das Forças Ar­madas, Es­ta­be­le­ci­mentos Fa­bris e Em­presas de De­fesa, em nota à co­mu­ni­cação so­cial.

Pouco de­pois, o as­sessor de im­prensa do Mi­nis­tério da De­fesa disse à agência Lusa que a Em­pordef (hol­ding pú­blica que agrupa as in­dús­trias de de­fesa e que con­trola a OGMA) «não tem qual­quer in­tenção de des­pe­di­mento, para já», con­fir­mando que «está em curso um pro­cesso de res­ci­sões vo­lun­tá­rias».



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