A tragédia tem responsáveis
A situação em matéria de fogos florestais é uma tragédia nacional - e as palavras são curtas para traduzir o drama que se abate sobre o país.
Não se trata «apenas» da dimensão da catástrofe, quase 200 mil hectares ardidos este ano, que acumulam com os 130 mil de 2004, os 420 mil de 2003 e as muitas centenas de milhar de hectares que arderam em 10 anos. Nem se trata «tão só» das mortes e dos irreparáveis dramas humanos e sociais, dos recursos destruídos, ou dos danos de enorme gravidade nos ecossistemas.
Trata-se de tudo isto e de muita mistificação, toneladas de «informação» sensacionalista e fragmentada que, como um biombo, não deixa ver o mais essencial – a responsabilidade das políticas de direita de todos estes anos por esta tragédia – e que alimenta o desespero, o conformismo e a descrença no futuro colectivo, que vão medrando na «fatalidade», que todos os anos «assola o país», como se nada houvesse a fazer.
Trata-se dum Governo que se esconde atrás da solidariedade com a acção dos bombeiros e que propõe a discussão futura das «causas estruturais» dos incêndios, para fugir às responsabilidades, para fazer esquecer que, em Março, quando tomou posse, devia ter aberto a «época» da concretização das medidas estruturais, há muitos anos decididas e vertidas na Lei de Bases da política florestal e noutros instrumentos legislativos, devia ter iniciado a «época» dos programas de prevenção e vigilância, em vez de ficar à espera da «época dos incêndios florestais», limitando-se a mais um «número» de «reforço dos meios aéreos».
Um governo que não deu atenção às recentes e fundamentadas iniciativas do PCP sobre a matéria, e que, neste Verão de extrema seca e canícula, estava obrigado a demonstrar uma vontade política de excepção na mobilização e resposta nacional à calamidade, em vez da fanfarronice de Sócrates em Maio do «estamos preparados para todas as eventualidades» e da inépcia do «deixa andar» em ritmo de férias.
É tão evidente a responsabilidade das políticas da direita dos sucessivos governos nesta catástrofe que, sem vergonha, PSD e PS procuram, à vez, «despolitizar» a questão e «sacudir a água do capote». Mas continuam a «trabalhar», com uma mãozinha do BE, para a concentração da propriedade florestal nos grandes interesses.
Também nesta matéria, não somos «todos iguais». Pela nossa parte continuaremos a luta, a intervenção e a proposta, contra as políticas da direita e a sua resultante - a tragédia dos fogos florestais.
Não se trata «apenas» da dimensão da catástrofe, quase 200 mil hectares ardidos este ano, que acumulam com os 130 mil de 2004, os 420 mil de 2003 e as muitas centenas de milhar de hectares que arderam em 10 anos. Nem se trata «tão só» das mortes e dos irreparáveis dramas humanos e sociais, dos recursos destruídos, ou dos danos de enorme gravidade nos ecossistemas.
Trata-se de tudo isto e de muita mistificação, toneladas de «informação» sensacionalista e fragmentada que, como um biombo, não deixa ver o mais essencial – a responsabilidade das políticas de direita de todos estes anos por esta tragédia – e que alimenta o desespero, o conformismo e a descrença no futuro colectivo, que vão medrando na «fatalidade», que todos os anos «assola o país», como se nada houvesse a fazer.
Trata-se dum Governo que se esconde atrás da solidariedade com a acção dos bombeiros e que propõe a discussão futura das «causas estruturais» dos incêndios, para fugir às responsabilidades, para fazer esquecer que, em Março, quando tomou posse, devia ter aberto a «época» da concretização das medidas estruturais, há muitos anos decididas e vertidas na Lei de Bases da política florestal e noutros instrumentos legislativos, devia ter iniciado a «época» dos programas de prevenção e vigilância, em vez de ficar à espera da «época dos incêndios florestais», limitando-se a mais um «número» de «reforço dos meios aéreos».
Um governo que não deu atenção às recentes e fundamentadas iniciativas do PCP sobre a matéria, e que, neste Verão de extrema seca e canícula, estava obrigado a demonstrar uma vontade política de excepção na mobilização e resposta nacional à calamidade, em vez da fanfarronice de Sócrates em Maio do «estamos preparados para todas as eventualidades» e da inépcia do «deixa andar» em ritmo de férias.
É tão evidente a responsabilidade das políticas da direita dos sucessivos governos nesta catástrofe que, sem vergonha, PSD e PS procuram, à vez, «despolitizar» a questão e «sacudir a água do capote». Mas continuam a «trabalhar», com uma mãozinha do BE, para a concentração da propriedade florestal nos grandes interesses.
Também nesta matéria, não somos «todos iguais». Pela nossa parte continuaremos a luta, a intervenção e a proposta, contra as políticas da direita e a sua resultante - a tragédia dos fogos florestais.