Cumprir Abril
«As causas e as consequências das transformações económicas da Revolução de Abril…e o estado da economia no Portugal de hoje» foi o tema do colóquio promovido pelas Comissões Concelhias do PCP da Maia e de Valongo, no dia 5 de Maio, na Quinta da Caverneira, Águas Santas. A primeira de uma série de iniciativas conjuntas que estas organizações pensam realizar, conforme informou Pedro Ferreira, membro da Concelhia da Maia.
Ao longo de mais de três horas, o orador convidado, o economista Sérgio Ribeiro, membro do Comité Central, prendeu a atenção da assistência com uma exposição muito aprofundada sobre os caminhos da economia portuguesa desde os tempos do condicionamento industrial do salazarismo até aos dias de hoje, passando pelas transformações estruturais realizadas na sequência da Revolução de Abril.
A verdade, afirmou Sérgio Ribeiro quase a terminar, é que a Constituição de Abril «tinha um caminho traçado que não foi seguido»: dá-se a recuperação capitalista; regressaram os grupos económicos; nos anos 80 o desemprego aparece «como variável estratégica para retirar direitos aos trabalhadores e fazer baixar o preço da força de trabalho»; nos anos 90, Portugal passa a estar «autenticamente à trela».
Enfim, «Portugal é hoje o país da Europa com o maior fosso entre os 10% mais pobres e os 10% mais ricos, ao nível dos Estados Unidos, país de enormíssimas disparidades». De facto, lembrou, se em Portugal o fosso entre os 10% mais pobres e os 10% mais ricos é em de 1 para 15, em Espanha é de 1 para 9 e nos países escandinavos de 1 para 4 e 1 para 5.
Entretanto, garante Sérgio Ribeiro, «o projecto económico da Constituição de Abril é realizável e há-de ser realizado, não se sabe quando, mas será decerto realizado». Um projecto em que «a Economia se serve das Finanças e está ao serviço das pessoas».
Após esta exposição, os participantes colocaram inúmeras questões ao orador, que a todas procurou responder, desde o problema da precariedade do trabalho, à criação da moeda única, às deslocalizações, à nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia.
A verdade, afirmou Sérgio Ribeiro quase a terminar, é que a Constituição de Abril «tinha um caminho traçado que não foi seguido»: dá-se a recuperação capitalista; regressaram os grupos económicos; nos anos 80 o desemprego aparece «como variável estratégica para retirar direitos aos trabalhadores e fazer baixar o preço da força de trabalho»; nos anos 90, Portugal passa a estar «autenticamente à trela».
Enfim, «Portugal é hoje o país da Europa com o maior fosso entre os 10% mais pobres e os 10% mais ricos, ao nível dos Estados Unidos, país de enormíssimas disparidades». De facto, lembrou, se em Portugal o fosso entre os 10% mais pobres e os 10% mais ricos é em de 1 para 15, em Espanha é de 1 para 9 e nos países escandinavos de 1 para 4 e 1 para 5.
Entretanto, garante Sérgio Ribeiro, «o projecto económico da Constituição de Abril é realizável e há-de ser realizado, não se sabe quando, mas será decerto realizado». Um projecto em que «a Economia se serve das Finanças e está ao serviço das pessoas».
Após esta exposição, os participantes colocaram inúmeras questões ao orador, que a todas procurou responder, desde o problema da precariedade do trabalho, à criação da moeda única, às deslocalizações, à nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia.