Substância anulou terapia
As conclusões da comissão de inquérito sobre a morte do ex-presidente da Jugoslávia nos calabouços do Tribunal Penal Internacional, a 11 de Março, em Haia, na Holanda, indicam que no sangue de Milosevic se encontrava uma substância que anula o efeito do tratamento para a hipertensão a que vinha sendo submetido. Trata-se de um componente de um medicamento contra a lepra, a rifampicina, que, tornando inócua a terapia principal, terá facilitado o colapso cardíaco.
Apresentado sob a cobertura da ONU, o documento final foi elaborado com base nos relatórios da polícia, da Procuradoria-geral e do Instituto de Medicina Legal dos Países Baixos, e descarta a hipótese de envenenamento levantada pela defesa, confirmando o ataque cardíaco como causa provável do falecimento de Milosevic.
Segundo o texto, «nada foi encontrado para sustentar as alegações de que Milosevic foi assassinado, particularmente por envenenamento», mas o mesmo inquérito não esclarece como e quem são os responsáveis pela administração de um químico que à partida se sabia ter um efeito contraproducente no tratamento da hipertensão. Mais, o relatório rejeita também a hipótese de suicídio, isto é, Milosevic não se automedicou com a referida substância, e revela que os clínicos consultados se mostram divididos quanto à resolução dos problemas de saúde de que sofria caso o TPI tivesse permitido a intervenção cirúrgica requerida pelo réu.
Em Dezembro de 2005, Milosevic pediu para se deslocar à Rússia para ser operado. Os juízes negaram sempre tal demanda, mesmo depois das autoridades de Moscovo terem garantido que levariam Milosevic de volta a Haia para que o ex-presidente continuasse a sua defesa.
No dia que antecedeu a sua morte, Milosevic endereçou uma carta à representação diplomática da Rússia em território holandês na qual afirma: «As pessoas que me estão a fornecer o remédio para o tratamento da lepra certamente não estão a cuidar de mim, especialmente aquelas pessoas de quem defendi o meu país na guerra e que têm interesse em silenciar-me».
Apresentado sob a cobertura da ONU, o documento final foi elaborado com base nos relatórios da polícia, da Procuradoria-geral e do Instituto de Medicina Legal dos Países Baixos, e descarta a hipótese de envenenamento levantada pela defesa, confirmando o ataque cardíaco como causa provável do falecimento de Milosevic.
Segundo o texto, «nada foi encontrado para sustentar as alegações de que Milosevic foi assassinado, particularmente por envenenamento», mas o mesmo inquérito não esclarece como e quem são os responsáveis pela administração de um químico que à partida se sabia ter um efeito contraproducente no tratamento da hipertensão. Mais, o relatório rejeita também a hipótese de suicídio, isto é, Milosevic não se automedicou com a referida substância, e revela que os clínicos consultados se mostram divididos quanto à resolução dos problemas de saúde de que sofria caso o TPI tivesse permitido a intervenção cirúrgica requerida pelo réu.
Em Dezembro de 2005, Milosevic pediu para se deslocar à Rússia para ser operado. Os juízes negaram sempre tal demanda, mesmo depois das autoridades de Moscovo terem garantido que levariam Milosevic de volta a Haia para que o ex-presidente continuasse a sua defesa.
No dia que antecedeu a sua morte, Milosevic endereçou uma carta à representação diplomática da Rússia em território holandês na qual afirma: «As pessoas que me estão a fornecer o remédio para o tratamento da lepra certamente não estão a cuidar de mim, especialmente aquelas pessoas de quem defendi o meu país na guerra e que têm interesse em silenciar-me».