«Sem trabalho para os seus»
«Voltamos a ser um país sem trabalho para os seus», protestou a União dos Sindicatos de Braga, num conferência de imprensa em que alertou para o aumento da emigração, sobretudo no sector da construção.
Em Espanha há trabalho e os salários são mais elevados
Vão procurar emprego no estrangeiro muitos trabalhadores que, depois da destruição do aparelho produtivo, afectando durante muitos anos a indústria transformadora, a agricultura e as pescas, também já não encontram uma saída profissional na construção civil e obras públicas, devido à estagnação no segmento da habitação e o quase congelamento das obras da administração central e das câmaras municipais.
A estrutura distrital da CGTP-IN lembrou aos jornalistas, no dia 1 de Fevereiro, que o sector perdeu mais de cem mil postos de trabalho nos últimos três anos e que se estima em cerca de 40 mil o número de portugueses que estão a trabalhar na Galiza. «O Norte de Portugal passou a ser o maior fornecedor da mão-de-obra para o país vizinho, num momento em que, apesar da proximidade e em sentido contrário ao nosso, aquele país está a atravessar um ciclo de grande desenvolvimento na área da construção» - nota a USB, no documento divulgado à comunicação social.
Além do mais recente e volumoso surto migratório para Espanha, a União recorda que, entre os destinos da emigração portuguesa estão a Suíça, a Alemanha, a França, a Bélgica, o Canadá e o Reino Unido. Com a recente aprovação da Directiva Bolkestein, sobre a liberalização da prestação de serviços, os trabalhadores migrantes ficaram em situação ainda mais fragilizada no que refere a mobilidade, horários e remuneração, o que «aumenta ainda mais o drama dos nossos compatriotas» no estrangeiro, frequentemente «sujeitos a todo o tipo de dificuldades, desprotecção e até clandestinidade».
Nas zonas do interior, como Mondim, Cabeceiras e Celorico de Basto, ou Vieira do Minho, Terras de Bouro, Arcos de Valdevez, «aos domingos à noite e às segundas-feiras de madrugada, são dezenas de carrinhas e de autocarros, a carregar trabalhadores» que vão retomar o trabalho no estrangeiro, onde «ficam sujeitos a todo o tipo de situações anormais e atentatórias da sua saúde, da sua estabilidade familiar, da carreira profissional e também da projecção do seu futuro de vida, em termos de pensões e protecção social», refere a USB.
Defendendo que «só a melhoria do nível de vida das pessoas e a estabilidade familiar poderão revitalizar o consumo, retomar o funcionamento do mercado da habitação e criar novas condições para mais investimentos e assumir uma retoma sustentada da economia», a União nota que «ninguém ganha em fazer roupa que ninguém veste e também não adianta construir casas para ficarem vazias».
Do Algarve para a Andaluzia
Em busca de melhores salários, alertou mais de cinco mil operários da construção civil, portugueses e imigrantes (principalmente do Leste da Europa e do Brasil), deslocam-se diariamente ou semanalmente do Algarve para a Andaluzia (sul de Espanha) para trabalhar, explicou um dirigente sindical, citado pela agência Lusa.
Henrique Graça, do Sindicato da Construção do Sul, refere a construção do metropolitano, em Sevilha, as obras na refinaria da região de Huelva, e trabalhos em Sanlúcar, Cádiz, Duas Hermanas, Córdoba, Málaga ou Jerez de la Frontera, como destinos dos operários oriundos do Sul de Portugal, aos quais aqui são oferecidos salários muito inferiores aos praticados em Espanha. «Um servente de pedreiro, em Portugal, ganha uma média de 400 euros (salário mínimo), mas em Espanha não ganha menos de 1.100 euros», conta o dirigente, salientando a enorme facilidade com que é possível entrar no mundo do trabalho espanhol e admitindo que há muitas ilegalidades na captação de trabalhadores para a construção civil espanhola, cuja Inspecção do Trabalho não se mostra capaz de fiscalizar com eficácia as condições de segurança e de alojamento dos operários.
No Algarve, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, há cerca de 30 mil trabalhadores na construção civil, incluindo os imigrantes.
A estrutura distrital da CGTP-IN lembrou aos jornalistas, no dia 1 de Fevereiro, que o sector perdeu mais de cem mil postos de trabalho nos últimos três anos e que se estima em cerca de 40 mil o número de portugueses que estão a trabalhar na Galiza. «O Norte de Portugal passou a ser o maior fornecedor da mão-de-obra para o país vizinho, num momento em que, apesar da proximidade e em sentido contrário ao nosso, aquele país está a atravessar um ciclo de grande desenvolvimento na área da construção» - nota a USB, no documento divulgado à comunicação social.
Além do mais recente e volumoso surto migratório para Espanha, a União recorda que, entre os destinos da emigração portuguesa estão a Suíça, a Alemanha, a França, a Bélgica, o Canadá e o Reino Unido. Com a recente aprovação da Directiva Bolkestein, sobre a liberalização da prestação de serviços, os trabalhadores migrantes ficaram em situação ainda mais fragilizada no que refere a mobilidade, horários e remuneração, o que «aumenta ainda mais o drama dos nossos compatriotas» no estrangeiro, frequentemente «sujeitos a todo o tipo de dificuldades, desprotecção e até clandestinidade».
Nas zonas do interior, como Mondim, Cabeceiras e Celorico de Basto, ou Vieira do Minho, Terras de Bouro, Arcos de Valdevez, «aos domingos à noite e às segundas-feiras de madrugada, são dezenas de carrinhas e de autocarros, a carregar trabalhadores» que vão retomar o trabalho no estrangeiro, onde «ficam sujeitos a todo o tipo de situações anormais e atentatórias da sua saúde, da sua estabilidade familiar, da carreira profissional e também da projecção do seu futuro de vida, em termos de pensões e protecção social», refere a USB.
Defendendo que «só a melhoria do nível de vida das pessoas e a estabilidade familiar poderão revitalizar o consumo, retomar o funcionamento do mercado da habitação e criar novas condições para mais investimentos e assumir uma retoma sustentada da economia», a União nota que «ninguém ganha em fazer roupa que ninguém veste e também não adianta construir casas para ficarem vazias».
Do Algarve para a Andaluzia
Em busca de melhores salários, alertou mais de cinco mil operários da construção civil, portugueses e imigrantes (principalmente do Leste da Europa e do Brasil), deslocam-se diariamente ou semanalmente do Algarve para a Andaluzia (sul de Espanha) para trabalhar, explicou um dirigente sindical, citado pela agência Lusa.
Henrique Graça, do Sindicato da Construção do Sul, refere a construção do metropolitano, em Sevilha, as obras na refinaria da região de Huelva, e trabalhos em Sanlúcar, Cádiz, Duas Hermanas, Córdoba, Málaga ou Jerez de la Frontera, como destinos dos operários oriundos do Sul de Portugal, aos quais aqui são oferecidos salários muito inferiores aos praticados em Espanha. «Um servente de pedreiro, em Portugal, ganha uma média de 400 euros (salário mínimo), mas em Espanha não ganha menos de 1.100 euros», conta o dirigente, salientando a enorme facilidade com que é possível entrar no mundo do trabalho espanhol e admitindo que há muitas ilegalidades na captação de trabalhadores para a construção civil espanhola, cuja Inspecção do Trabalho não se mostra capaz de fiscalizar com eficácia as condições de segurança e de alojamento dos operários.
No Algarve, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, há cerca de 30 mil trabalhadores na construção civil, incluindo os imigrantes.