A bancada comunista expressou a sua discordância quanto à posição do PSD sobre a chamada racionalização dos sistemas de tratamento de resíduos sólidos urbanos. A «criação de um mercado» e a aglomeração dos sistemas existentes em super-estruturas visando abrir portas à privatização, tal era a perspectiva colocada pela bancada laranja em projecto de resolução que submeteu recentemente a debate integrado num pacotes de outras iniciativas legislativas suas em matéria de ambiente. Por estar imbuída dessa visão mercantil e apostar na privatização foi contestada pela bancada comunista que, no entanto, apreciou positivamente o projecto de lei igualmente redigido pelos sociais democratas sobre a contratação e adjudicação pública de empresas e serviços que incluam nos projectos maior preocupação ambiental, nomeadamente no que toca à incorporação de materiais reciclados ou reutilizados. Como salientou o deputado comunista Miguel Tiago, esta é uma proposta que «faz todo o sentido e é convergente com a estratégia política que deve ser adoptada no direito português».
O deputado do PCP teceu, por outro lado, duras críticas à política de ambiente do Governo PS, a quem acusou de ter deixado apagar as «preocupações» neste capítulo e de limitar a sua acção a «anúncios de propaganda» inconsequentes.