A luta é a única alternativa

Combater as ilegalidades patronais

Fortemente prejudicados pela desastrosa política de direita do Governo PS e a má gestão de muitas administrações, os trabalhadores lutam por salários dignos, emprego com direitos, contra más gestões e um conjunto de ilegalidades.

Com a complacência do Governo acentua-se a exploração

Na Nazaré, a CDU manifestou solidariedade aos trabalhadores da cerâmica Louçarte, em Valado de Frades, através de um comunicado. Com salários em atraso em consequência «da má gestão e de uma política desastrosa de direita», os trabalhadores aderiram todos à greve que se previa ser inicialmente de quatro horas, no dia 24 de Setembro, mas que se prolongou até dia 29. Por receber estão 15 dias de Julho, os meses de Agosto e de Setembro e o subsídio de férias respeitante a 2008 e as indemnizações por motivo de despedimento não estavam garantidas.
Os cerca de 100 trabalhadores da concessionária Auto Sueco, na Maia, em Gaia e no Porto concentraram-se, dia 28 de Setembro, diante da sede da empresa, depois de terem cumprido uma greve de três dias por aumentos salariais. O Sindicato dos Metalúrgicos do Norte, da Fiequimetal/CGTP-IN considera injustificável que os salários não sejam actualizados numa empresa que teve um ano «óptimo» em que não faltou trabalho nem encomendas.
No Pingo Doce, segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, ainda são devidas diferenças salariais resultantes da aplicação das tabelas constantes no Contrato Colectivo de Trabalho (CCT), referentes ao período entre Janeiro e Abril de 2008. O CESP/CGTP-IN também acusou a empresa de impor, diariamente, alterações aos horários de trabalho.

As ilegalidades proliferam

Na Euroresinas, situada no parque industrial de Sines, os trabalhadores cumpriram, dia 2, uma concentração de protesto, diante da empresa, contra a tentativa da empresa do Grupo Sonae de colocar operadores a desempenhar funções de portaria, depois de ter despedido os que estavam incumbidos dessa função. O Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas, Sinquifa/CGTP-IN, já tinha revelado, num comunicado de 28 de Setembro, que foram descontadas oito horas de trabalho a quem cumpriu uma anterior greve de apenas quatro, e acusado a administração de não pagar, a alguns funcionários, o complemento de subsídio de doença previsto no CCT. «À revelia da lei», a administração também impôs datas para marcação de férias e reduziu o quadro de trabalhadores na produção, situação «que agravará as condições de segurança».
Em Évora, o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas revelou que a multinacional norte-americana, Tyco Electronics, está a recorrer a empresas de trabalho temporário para fazer regressar os mesmo trabalhadores que estavam efectivos e foram despedidos em Agosto.
Na Novinco, em Matosinhos, os trabalhadores tiveram de interpor uma providência cautelar para poderem entrar na empresa e exigem a substituição do administrador da insolvência que acusam de pretender fechar a fábrica «antes da sua morte», acusou um dirigente do Sindicato dos Cerâmicos do Norte, Manuel Mota. A empresa está em situação de insolvência desde 27 de Maio, e o administrador impediu o pagamento dos salários de Agosto, embora o sindicato considere haver verbas para os pagar.
Em Braga, a administração da Amtrol-Alfa obteve apoios para consolidar postos de trabalho mas depois recorreu abusivamente à contratação a termo de 14 trabalhadores, posteriormente dispensados para não passarem a efectivos, revelou o Sindicato dos Metalúrgicos daquele distrito.
A Supercamiseiros–Confecções, em Guimarães, encerrou no dia 16 de Setembro, despedindo as 60 funcionárias quando regressadas das férias, com dois meses de salários e 200 horas extraordinárias em dívida, acusou a União dos Sindicatos do Distrito de Braga, da CGTP-IN.
No Montepio Geral, em Alfragide, os trabalhadores aprovaram, por unanimidade e aclamação, no dia 23 de Setembro, uma moção subscrita por dezenas de sindicatos e Comissões de Trabalhadores, onde é exigida a reintegração dos dois dirigentes sindicais e membros da CT do Montepio a quem foram aplicados processos disciplinares por terem defendido o direito à efectividade de dois trabalhadores «ilegalmente despedidos». Naquele dia teve lugar uma concentração de protesto promovida pelo SINTAF.
Na Scania Portugal consumou-se um despedimento colectivo de 41 trabalhadores distribuídos por Lisboa, Leiria, Faro, Viseu, Funchal, Porto e Vilar Formoso, por culpa de «má gestão acumulada ao longo de anos», acusou o Sindicato dos Metalúrgicos, salientando que o grupo económico, cotado em bolsa, obteve resultados postivos no primeiro semestre deste ano.

Lay-off injustificado

Para exigir «explicações sobre eventuais efeitos negativos para as suas reformas» que poderão ter os sete meses em situação de lay-off, os cerca de 120 trabalhadores da Jado Ibéria concentraram-se, dia 30 de Setembro, diante do edifício da Segurança Social, em Braga, depois de terem cumprido, no dia anterior, dois períodos de greve de meia hora cada. Para hoje estavam agendadas mais duas paragens de meia-hora por turno.
Sobre a Faurécia, no parque da Autoeuropa, em Palmela, o Sinquifa/CGTP-IN quis saber se a empresa reúne as condições exigidas por lei para poder aplicar o lay-off, já rejeitado pelo trabalhadores, e reduzir salários.
Na fábrica de calçado Rohde, em Santa Maria da Feira, 160 trabalhadores estão em casa, desde 28 de Setembro, depois de ter sido aplicado o lay-off, desde o dia 11, embora haja novas encomendas na empresa, acusou o Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra. No passado dia 1, o lay-off foi aplicado aos últimos 32 trabalhadores, estando o prazo limite da suspensão previsto para 11 de Novembro. Numa nota de imprensa, a Coordenadora da CDU de Santa Maria da Feira considerou a situação «inaceitável» e fez aprovar, na Assembleia Municipal, uma moção de solidariedade com os trabalhadores.


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