Conferência de revisão do TNP

Irão devolve acusações

O pre­si­dente ira­niano, Mah­moud Ah­ma­di­nejad, pediu a sus­pensão dos EUA da Agência In­ter­na­ci­onal de Energia Ató­mica (AIEA) e propôs a fi­xação de um ca­len­dário para a eli­mi­nação total das armas nu­cle­ares.

Ah­ma­di­nejad propôs o de­sar­ma­mento nu­clear total

Ao in­tervir no pri­meiro dia da Con­fe­rência de Re­visão do Tra­tado de Não-Pro­li­fe­ração Nu­clear (TNP), pro­mo­vida pelas Na­ções Unidas e que se pro­longa até ao pró­ximo dia 28 de Maio, o único chefe de Es­tado e de go­verno que as­sistiu à aber­tura dos tra­ba­lhos co­meçou por re­clamar a saída do re­pre­sen­tante norte-ame­ri­cano do con­selho de go­ver­na­dores da AIEA, de­fen­dendo que não pode estar na­quele or­ga­nismo o único país do mundo que já fez uso de ar­ma­mento ató­mico.

«Como podem os EUA serem mem­bros do Con­selho se este país lançou uma bomba nu­clear contra o Japão e uti­lizou bombas de urânio em­po­bre­cido na guerra do Iraque?», ques­ti­onou Ah­ma­di­nejad para, em se­guida, sus­tentar que «a pre­sença e in­fluência po­lí­tica destes es­tados im­pede que a AIEA cumpra com seu man­dato». Neste sen­tido, para além da ex­pulsão dos EUA, de­fendeu «a sus­pensão dos mem­bros que uti­lizem, ou ame­acem uti­lizar armas nu­cle­ares».

Quando o Con­selho de Se­gu­rança da ONU ana­lisa a im­po­sição de novas san­ções contra o país a pre­texto do seu pro­grama nu­clear, o pre­si­dente do Irão acusou o órgão de ser «in­justo e ine­fi­ci­ente» e de «estar ao ser­viço dos in­te­resses dos es­tados com ar­ma­mento nu­clear», e su­bli­nhou que a ONU não dis­pões de «uma única prova cre­dível» de que o Irão de­tenha ou pre­tenda de­sen­volver a bomba ató­mica.

 

Pro­postas con­cretas

 

Para além das crí­ticas à po­lí­tica de dois pesos e duas me­didas por parte das prin­ci­pais po­tên­cias ca­pi­ta­listas, o chefe de Es­tado ira­niano apre­sentou pro­postas con­cretas para a re­so­lução da tensão nu­clear que ameaça os povos. No quadro da uma re­forma do TNP, é ne­ces­sário «criar um grupo in­ter­na­ci­onal in­de­pen­dente com au­to­ri­dade dada pela con­fe­rência», o qual, ex­pli­citou, «de­verá fixar uma data para a eli­mi­nação total das armas nu­cle­ares» e dotar-se de uma ca­len­dário pre­ciso para esse efeito.

No ac­tual con­texto, torna-se igual­mente ne­ces­sário acabar com «toda a co­o­pe­ração nu­clear com os países que não são mem­bros do TNP», pu­nindo, em par­ti­cular, os que mantêm ar­senal nu­clear e não subs­crevem a do­cu­mento, numa re­fe­rência evi­dente a Is­rael, país que detém cen­tenas de ogivas ame­a­çando os povos do Médio Ori­ente.

EUA, França, Reino Unido, Ale­manha, Fin­lândia, Re­pú­blica Checa e Mar­rocos aban­do­naram a sala da As­sem­bleia Geral da ONU en­quanto Ah­ma­di­nejad dis­cur­sava.

 



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