Desfiles em Lisboa, Évora e Porto

PCP dá força à luta

Hoje, amanhã e sá­bado, os co­mu­nistas saem à rua, exi­gindo uma po­lí­tica que ga­ranta em­prego, pro­dução e jus­tiça. Com os des­files em Lisboa, em Évora e no Porto, em que in­tervém o se­cre­tário-geral do Par­tido, o PCP dá força à luta dos tra­ba­lha­dores e do povo e sai re­for­çado para os pró­ximos com­bates.

“A ofen­siva é muito forte e a res­posta está a ser muito forte”

Contra as in­jus­tiças e o de­sastre eco­nó­mico e so­cial; contra a ex­plo­ração ca­pi­ta­lista e as de­si­gual­dades; contra o roubo nos sa­lá­rios e o au­mento do custo de vida; contra as pri­va­ti­za­ções e o corte no in­ves­ti­mento pú­blico; pelo em­prego, em de­fesa da pro­dução, da jus­tiça so­cial e da so­be­rania na­ci­onal, por uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda - foram estes os ob­jec­tivos apon­tados quando o PCP anun­ciou que iria re­a­lizar, a 17, 18 e 19 de Junho, três grandes des­files nos cen­tros das ci­dades de Lisboa, Évora e Porto. Estas três grandes ini­ci­a­tivas do PCP - como se re­feria na nota que as di­vulgou, a 29 de Maio - estão abertas à par­ti­ci­pação de todos os de­mo­cratas, de todos os pa­tri­otas cons­ci­entes dos pe­rigos que a ac­tual po­lí­tica com­porta para o País. O PCP re­alça o valor da luta de massas, apela ao seu alar­ga­mento e su­blinha esse apelo com a fir­meza da acção con­se­quente.

O ca­ma­rada Fran­cisco Lopes, da Co­missão Po­lí­tica do Par­tido, a quem pe­dimos um breve co­men­tário, co­meçou por re­cordar que «o PCP tem uma po­sição clara face à gra­vi­dade da si­tu­ação que es­tamos a viver: é ne­ces­sário romper com a po­lí­tica de di­reita e as­se­gurar um rumo di­fe­rente para o País» e «é fun­da­mental pros­se­guir e in­ten­si­ficar a acção dos co­mu­nistas, para es­cla­recer, unir, or­ga­nizar e mo­bi­lizar para a luta os tra­ba­lha­dores e os mais di­versos sec­tores da po­pu­lação que são ví­timas desta po­lí­tica. Assim foi com o con­tri­buto dos co­mu­nistas para a ma­ni­fes­tação na­ci­onal de 29 de Maio, a maior das úl­timas dé­cadas. Assim é no de­sen­vol­vi­mento das lutas sec­to­riais, a partir das em­presas e dos lo­cais de tra­balho, em torno dos pro­blemas es­pe­cí­ficos e das ques­tões ge­rais co­lo­cadas a todos os tra­ba­lha­dores. Assim é a ga­rantir o con­tri­buto para o êxito do dia na­ci­onal de pro­testo e luta, de­ci­dido pela CGTP-IN para 8 de Julho».

Houve «uma po­lí­tica de dé­cadas que levou à des­truição do apa­relho pro­du­tivo, a um nível muito ele­vado de de­sem­prego, à pre­ca­ri­e­dade, à baixa do nível de vida dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, ao ataque e des­truição dos ser­viços pú­blicos - tudo isto com­pro­me­tendo cada vez mais o fu­turo do País e tra­du­zindo-se apenas em lu­cros e cada vez mais lu­cros para os grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros e, de­sig­na­da­mente, para a banca».

Hoje in­sistem neste «ca­minho de de­sastre eco­nó­mico e so­cial e de agra­va­mento das in­jus­tiças so­ciais» e, «in­vo­cando o PEC, apa­rece um con­junto de me­didas, sin­to­ni­zadas pelo Go­verno com a UE, com sub­ser­vi­ência e co­or­de­nação». São «me­didas drás­ticas, que levam ao roubo dos sa­lá­rios, ao au­mento do IRS, ao au­mento do IVA e dos preços, pre­ju­di­cando du­pla­mente os tra­ba­lha­dores e a es­ma­ga­dora mai­oria da po­pu­lação». Além disso, «dia a dia, apa­recem a propor novas me­didas» de sen­tido idên­tico.

O PCP en­tende que «esta si­tu­ação exige uma res­posta muito forte». Os des­files de hoje, amanhã e sá­bado «são uma ma­ni­fes­tação, por parte do Par­tido, da ne­ces­si­dade da par­ti­ci­pação e da in­ter­venção dos tra­ba­lha­dores e da po­pu­lação, da ne­ces­si­dade da mo­bi­li­zação de massas». Fran­cisco Lopes sa­li­enta que «os co­mu­nistas em­pe­nham-se no es­cla­re­ci­mento, na uni­dade, or­ga­ni­zação e luta dos tra­ba­lha­dores, no for­ta­le­ci­mento das suas es­tru­turas uni­tá­rias, para o alar­ga­mento tão amplo quanto pos­sível desta mo­vi­men­tação de massas, para des­pertar o mais pos­sível esta força po­de­rosa que os tra­ba­lha­dores e o povo têm. E dão ao mesmo tempo este sinal, de uma acção po­lí­tica de de­núncia, de crí­tica, de afir­mação de um pro­jecto al­ter­na­tivo para o País, de uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, da de­mo­cracia avan­çada e do so­ci­a­lismo, que é ne­ces­sário e que é pos­sível.»

Com os des­files, «afirma-se que o PCP é a força po­lí­tica que pro­ta­go­niza este pro­jecto, cujo re­forço é in­dis­pen­sável para a ma­te­ri­a­li­zação desse pro­jecto, e que apela aos tra­ba­lha­dores e à po­pu­lação a que par­ti­cipem e se as­so­ciem a esta linha de rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e a esta afir­mação do pro­jecto do PCP».


Novo ciclo desde 29 de Maio

 

Será que os si­nais de des­con­ten­ta­mento e pro­testo re­flectem já a gra­vi­dade das me­didas do PEC (e do OE) para a vida da mai­oria dos por­tu­gueses e para a eco­nomia do País? E, com o pe­ríodo de fé­rias, não será de es­perar que muita gente se deixe dis­trair e só de­cida pro­testar mais tarde?

«O des­con­ten­ta­mento, o pro­testo, a exi­gência de mu­dança dos tra­ba­lha­dores e do povo fi­caram bem pa­tentes na ma­ni­fes­tação de 29 de Maio, com mais de 300 mil pes­soas, coisa nunca vista desde os tempos da re­vo­lução», lem­brou Fran­cisco Lopes, su­bli­nhando que «isto tem um valor em si: dá con­fi­ança àqueles que par­ti­ci­param e mostra que há uma força que não está só des­con­tente, mas que in­tervém e exige mu­dança». Esse sinal «está dado, fica para o fu­turo e vai ter con­ti­nui­dade».

Os des­files do PCP, «no quadro da ac­ti­vi­dade geral que es­tamos a de­sen­volver, como as “500 ac­ções contra o PEC”, in­te­gram-se nesta linha de res­posta». E, «para além destes des­files, o PCP con­ti­nuará a in­ten­si­ficar a sua acção po­lí­tica, sempre em li­gação com os tra­ba­lha­dores, com a ju­ven­tude e com o povo».

O di­ri­gente co­mu­nista nota que «estão anun­ci­adas muitas lutas sec­to­riais e a jor­nada da CGTP-IN, a 8 de Julho, é já um sinal disso e será um novo mo­mento de con­ver­gência do des­con­ten­ta­mento, do pro­testo e da luta que, ele pró­prio, se afir­mará e re­per­cu­tirá no fu­turo». Dá por certo que «ha­verá todas as ten­ta­tivas de des­mo­bi­lizar, como vimos antes da ma­ni­fes­tação de 29 de Maio, com o Go­verno e os prin­ci­pais re­pre­sen­tantes dos grupos eco­nó­micos a pre­garem a re­sig­nação e a acei­tação do ac­tual ca­minho de in­jus­tiça, de ex­plo­ração, de des­ca­labro na­ci­onal». Nessa al­tura «não ti­veram su­cesso, a res­posta foi dada na rua». E «novas ten­ta­tivas terão res­posta se­me­lhante», as­se­gura Fran­cisco Lopes.

A pro­pó­sito do pe­ríodo de fé­rias, as­si­nala que «os por­tu­gueses têm cada vez mais di­fi­cul­dades em ir de fé­rias e muitos acabam por ficar na sua zona de re­si­dência» e avisa: «Não crie nin­guém a ilusão de que neste pe­ríodo dei­xará de haver res­posta.»

A ma­ni­fes­tação na­ci­onal de 29 de Maio «abriu, de certa forma, um novo ciclo na luta da classe ope­rária, dos tra­ba­lha­dores e do povo». Com ou sem pe­ríodo de fé­rias, «es­tamos numa fase em que a ofen­siva é muito forte, a res­posta está a ser muito forte e a ini­ci­a­tiva, a acção e a luta dos tra­ba­lha­dores ad­qui­rirão a de­ter­mi­nação e as formas in­dis­pen­sá­veis em cada fase, para en­frentar e der­rotar esta po­lí­tica e as­se­gurar o rumo de de­sen­vol­vi­mento de que o País pre­cisa».

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Hoje

LISBOA

18 horas, no Rossio

- des­file pela baixa

 

Sexta-feira

ÉVORA

18.30 horas, junto à (início da Rua 5 de Ou­tubro)

 

Sá­bado

PORTO

15.30 horas, junto à Cor­do­aria



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