Fenprof chumba «reordenamento»

«Num mo­mento em que se co­nhecem ten­ta­tivas de fundir cinco agru­pa­mentos es­co­lares num só», em Coimbra, «bem como de li­mitar, a 12 es­colas, um con­celho em que havia 51», a Fe­de­ração Na­ci­onal dos Pro­fes­sores chumbou, an­te­ontem, em con­fe­rência de im­prensa, um «”re­or­de­na­mento” da rede es­colar» que se des­tina a «um único ob­jec­tivo: re­duzir, em mi­lhares, o nú­mero de tra­ba­lha­dores do­centes e não do­centes», avisou o se­cre­tário-geral da fe­de­ração, Mário No­gueira.

No dia 9, a Fen­prof tinha en­tregue, no Mi­nis­tério da Edu­cação (ME), um abaixo-as­si­nado com dez mil as­si­na­turas, contra o en­cer­ra­mento de es­colas e por uma ver­da­deira va­lo­ri­zação do 1.º Ciclo, cons­tando, no mesmo do­cu­mento, as me­didas que con­si­dera fun­da­men­tais para me­lhorar as con­di­ções de tra­balho e de apren­di­zagem, e que «não fazem parte do rol de me­didas que constam da agenda do Go­verno», acusou, numa nota à im­prensa.

A fe­de­ração «re­jeita de­ci­sões ad­mi­nis­tra­tivas di­tadas por im­po­si­ções eco­no­mi­cistas».

«A re­gião Centro pa­rece ser pi­o­neira» nesta «re­or­ga­ni­zação», in­formou a Fen­prof, sa­li­en­tando que, «a bem ou a mal, o ME pa­rece querer impor en­cer­ra­mentos e mega-agru­pa­mentos de es­colas», cuja cri­ação está pre­vista ocorrer até 31 de Julho, «sem res­peito por nada ou nin­guém».

Re­cla­mando «um re­or­de­na­mento sério, que res­peite as cri­anças e as co­mu­ni­dades edu­ca­tivas», a fe­de­ração re­velou cál­culos feitos por al­gumas di­rec­ções es­co­lares que de­mons­tram uma ele­va­dís­sima re­dução do nú­mero de ho­rá­rios para os do­centes, no 1.º Ciclo, de­vido aos en­cer­ra­mentos, e nos 2.º e 3.º Ci­clos, e no se­cun­dário, de­vido aos «mega-agru­pa­mentos».

Se­gundo a Fen­prof, o ME está a criar «pro­blemas ás es­colas, que não sabem como or­ga­nizar o ano que se apro­xima».

As es­colas «des­co­nhecem o ca­len­dário es­colar», o des­pacho que irá re­gular a or­ga­ni­zação do ser­viço e a ela­bo­ração de ho­rá­rios de tra­balho, e «o novo Es­ta­tuto da Car­reira Do­cente e quando en­trará em vigor», man­tendo a di­visão dos pro­fes­sores em ca­te­go­rias.

São igual­mente des­co­nhe­cidas «quais as es­colas do 1.º Ciclo que, efec­ti­va­mente, en­cer­rarão, e quais as que aco­lherão alunos», tor­nando im­pos­sível a or­ga­ni­zação. As es­colas também não sabem «quais os agru­pa­mentos que, efec­ti­va­mente, se fun­dirão, e quais as se­cun­dá­rias que os in­te­grarão».

Ple­ná­rios e ac­ções

Pre­vendo «uma nova e brutal vaga de de­sem­prego» e de sur­gi­mento de «ho­rá­rios-zero» na classe, a Fen­prof agendou ple­ná­rios re­gi­o­nais de pro­fes­sores con­tra­tados, entre os dias 2 e 9 de Julho, e ple­ná­rios dis­tri­tais de pro­fes­sores e edu­ca­dores, no dia 8 de Julho, coin­ci­dindo com o pro­testo na­ci­onal da CGTP-IN.

O Sin­di­cato dos Pro­fes­sores da Re­gião Centro marcou, para dia 28, uma ma­ni­fes­tação em Viseu, com con­cen­tração no Rossio, a partir das 14.30 horas, «Contra o em­par­ce­la­mento de agru­pa­mentos e o en­cer­ra­mento de es­colas».

Na re­gião, «o Go­verno ameaça au­tarcas e es­colas afir­mando que, a bem ou a mal, elas en­cer­rarão e que os agru­pa­mentos vão fundir-se», acusou, num co­mu­ni­cado, o SPRC.

Sobre a ex­tinção de agru­pa­mentos e a in­te­gração nou­tros, «o diá­logo não existe».

 



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