Enfermeiros persistem
O Ministério da Saúde deve concretizar os compromissos assumidos sobre negociação da avaliação de desempenho, do acordo colectivo de trabalho, de horários, organização de serviços e concursos, e apresentar as propostas em Julho, reclamam o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e o Sindicato dos Enfermeiros da RA da Madeira. Num comunicado conjunto, os dois sindicatos que constituem a comissão negociadora CNESE recordam as posições do Governo, através dos ministérios da Saúde e das Finanças, desde a greve realizada entre 29 de Março e 1 de Abril, a que se seguiram cerca de cem reuniões, nas quais os enfermeiros aprovaram novas formas de luta.
Perante a perspectiva de vários dias de greve, o Ministério convocou uma reunião para 7 de Junho. A gravidade das propostas e a ameaça de encerrar as negociações mereceram a contestação sindical e a exigência de uma nova reunião, aceite pelos representantes do Governo a troco da suspensão dos primeiros dias de greve. Na semana seguinte, dia 14, o Governo evoluiu nalgumas matérias, mas não aceitou nenhuma das propostas da CNESE sobre início de carreira, transições, faseamento e posições remuneratórias; e chegou mesmo a ameaçar que as evoluções registadas seriam anuladas, se os dias de greve seguintes não fossem suspensos.
Os sindicatos sintetizam, num quadro comparativo, o que mudou de uma reunião para a seguinte e, apesar de o Governo ter decidido terminar sem acordo a negociação sobre salários, transições e rácios, afirmam que «vamos continuar a exigir o que é justo». Num momento que é de «descontentamento, revolta e indignação» - como ficou claro na greve e manifestação de 18 de Junho, e como o SEP apela a que seja de novo mostrado nas acções de hoje da CGTP-IN -, a CNESE vai intervir junto do primeiro-ministro e do Presidente da República. Aos profissionais de enfermagem, os sindicatos reiteram que «também estas matérias assumem uma importância extrema para o futuro da profissão e dos enfermeiros e por isso não podemos desistir». Para 28 de Julho está agendada uma reunião com o Governo, que deve apresentar até dia 15 a sua proposta sobre avaliação.