Adesão superior a 75 por cento

Greve na Segurança Social

Com uma adesão su­pe­rior a 75 por cento e o en­cer­ra­mento de ser­viços, os tra­ba­lha­dores do Ins­ti­tuto da Se­gu­rança So­cial cum­priram, dia 2, uma greve contra a de­gra­dação das con­di­ções de tra­balho e pelo di­reito à con­tra­tação co­lec­tiva.

Esta forte e justa luta foi to­tal­mente si­len­ciada

Sau­dando os tra­ba­lha­dores em luta, a Fe­de­ração Na­ci­onal dos Sin­di­catos da Função Pú­blica re­velou que nos mais im­por­tantes lo­cais de tra­balho os ser­viços mais afec­tados, por todo o País, foram os de aten­di­mento ao pú­blico.

Em Lisboa, na Ala­meda, no Sal­danha, no Centro Na­ci­onal de Pen­sões e no Are­eiro, como em Al­mada, no Bar­reiro e em Ma­to­si­nhos, os ser­viços ti­veram mesmo de en­cerrar.

Nas ins­ta­la­ções que man­ti­veram as portas abertas o fun­ci­o­na­mento «muito de­fi­ci­ente» no dia da greve foi ga­ran­tido com a subs­ti­tuição de tra­ba­lha­dores em greve por fun­ci­o­ná­rios com cargos de chefia ou através da des­lo­cação de tra­ba­lha­dores de ou­tros ser­viços, re­velou a fe­de­ração, num co­mu­ni­cado emi­tido no dia desta luta.

No­tando o si­lêncio da co­mu­ni­cação so­cial do­mi­nante a pro­pó­sito desta greve, a FNSFP/​CGTP-IN sa­li­entou que «apesar do es­forço do Go­verno para es­conder esta greve, os tra­ba­lha­dores de­mons­traram ine­qui­vo­ca­mente a sua von­tade de lutar pelo re­forço do efec­tivo de tra­ba­lha­dores e contra os ele­vados ritmos de tra­balho que lhes são exi­gidos».

Apesar de toda a in­for­mação que prestou à co­mu­ni­cação so­cial antes da greve, e da con­fir­mação de al­gumas pre­senças, os média aca­baram por não com­pa­recer e não houve no­tí­cias sobre esta acção de pro­testo e de luta, acusou a fe­de­ração, num co­mu­ni­cado de dia 5.

Con­si­de­rando que «a ten­ta­tiva de si­len­ci­a­mento não chega para abafar o êxito desta greve e a luta dos tra­ba­lha­dores, a FNSFP exortou os tra­ba­lha­dores a pros­se­guirem este com­bate, as­si­na­lando que o Go­verno e o Con­selho Di­rec­tivo do ISS «querem des­truir os ser­viços pú­blicos de Se­gu­rança So­cial e querem es­cra­vizar os tra­ba­lha­dores com a im­po­sição de ob­jec­tivos “loucos” e im­pos­sí­veis de atingir».

Menos sete mil em­pregos

 «O Ins­ti­tuto da Se­gu­rança So­cial perdeu, em poucos anos, mais de sete mil tra­ba­lha­dores, sem que ti­vessem di­mi­nuído as ne­ces­si­dades de res­posta aos be­ne­fi­ciá­rios e con­tri­buintes», re­cordou a fe­de­ração, sa­li­en­tando que, em con­sequência desta des­truição de em­pregos, ficou re­du­zida a qua­li­dade da res­posta dada, agra­vada com a si­tu­ação de crise so­cial que o País atra­vessa.

Os boi­cotes do Go­verno à con­tra­tação co­lec­tiva no ISS e a ten­ta­tiva de im­po­sição, pelo mesmo, do re­gime de adap­ta­bi­li­dade de ho­rá­rios», com o pro­pó­sito de fazer cum­prir ho­rá­rios se­ma­nais de 45 horas, sem di­reito ao pa­ga­mento de tra­balho ex­tra­or­di­nário, foram ou­tros mo­tivos cen­trais da greve.

Os fun­ci­o­ná­rios re­clamam o re­forço de pes­soal num ins­ti­tuto pú­blico que, «em apenas sete anos», viu serem-lhe re­du­zidos os postos de tra­balho, de 18 mil para 11 mil, mesmo de­pois de terem sido in­se­ridos mais dois or­ga­nismos es­ta­tais no ISS, que até 2007 não per­ten­ciam à es­tru­tura or­gâ­nica da­quele ins­ti­tuto.



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