CDU do Porto contra privatizações

Premeditada malfeitoria

De­pois de en­tregar ao sector pri­vado cerca de 50 por cento da re­colha dos re­sí­duos e lim­peza pú­blica do mu­ni­cípio do Porto, Rui Rio e a Co­li­gação PSD/​CDS alargou, an­te­ontem, essa pri­va­ti­zação a mais 40 por cento.

 

De­gra­dação de­li­be­rada da qua­li­dade dos ser­viços

A CDU sempre se opôs a esta opção, fun­da­men­tada num es­tudo re­a­li­zado em 2004, quando o pe­louro era da res­pon­sa­bi­li­dade do ve­re­ador Rui Sá, es­tudo esse con­clui pela van­tagem em manter esse ser­viço na es­fera da au­tar­quia - e que me­receu atu­rado es­cru­tínio por parte do staffde Rui Rio e que, do ponto de vista eco­nó­mico e téc­nico, não teve qual­quer hi­pó­tese de con­tes­tação.

«Quando em 2007, já com a mai­oria ab­so­luta, Rui Rio optou pela pri­va­ti­zação, foi lar­ga­mente pro­pa­gan­deada a exis­tência de es­tudos téc­nico-eco­nó­micos que, apesar de in­sis­ten­te­mente pe­didos, nunca foram apre­sen­tados. Acresce que nessa al­tura foi dito que com a pri­va­ti­zação a Câ­mara iria poupar cerca de 700 mil euros. A ver­dade, porém, é que o con­curso foi aberto com um valor base anual de 5,4 mi­lhões de euros, a ad­ju­di­cação foi feita por 7,1 mi­lhões, e, con­forme se pode ve­ri­ficar pela conta de ge­rência de 2009 (pri­meiro ano com­pleto em que a con­cessão fun­ci­onou), a Câ­mara acabou por pagar 8,4 mi­lhões», sa­li­en­taram, em con­fe­rência de im­prensa, Artur Ri­beiro, Do­mingos Oli­veira, Pedro Car­valho e Rui Sá, con­cluindo: «Em lugar da anun­ciada pou­pança de 700 mil euros, a Câ­mara gastou três mi­lhões de euros acima do valor anun­ciado aquando da aber­tura do con­curso».

Falta de qua­li­dade dos ser­viços

Os di­ri­gentes e eleitos do PCP e da CDU de­nun­ci­aram ainda que o pro­cesso de pri­va­ti­zação dos ser­viços de lim­peza foi pro­ce­dido de uma de­gra­dação de­li­be­rada da qua­li­dade dos ser­viços, de­sig­na­da­mente com o des­mem­bra­mento da equipa di­ri­gente dos mesmos e a to­mada de de­ci­sões que con­du­ziram ao au­mento da su­ji­dade nas ruas do Porto - de que o fim da re­colha aos fins-de-se­mana é disso exemplo. «Pro­cu­rava-se, deste modo, pre­parar a opi­nião pú­blica para a ne­ces­si­dade de en­tregar essa ta­refa ao sector pri­vado», la­men­taram, cri­ti­cando o facto de os re­cursos hu­manos e os equi­pa­mentos terem sido «dis­tri­buídos de uma forma de­si­gual, pre­ju­di­cando no­to­ri­a­mente o ter­ri­tório que con­ti­nuava a ser limpo pelos ser­viços mu­ni­ci­pais».

«Na al­tura foram alo­cados à con­cessão 222 can­to­neiros (59 por cento), en­quanto a parte da Câ­mara, que cor­res­pondia, em termos de área, a 50 por cento da ci­dade, in­cluindo a Baixa e o Centro His­tó­rico, apenas ficou com 157 can­to­neiros (41 por cento), numa ma­nobra no­tória de in­duzir a opi­nião pú­blica na ideia de que a pri­va­ti­zação é me­lhor», acres­cen­taram os co­mu­nistas.

Esta sanha pri­va­ti­za­dora de Rui Rio e da Co­li­gação PSD/​CDS tem tido con­sequên­cias ao nível das contas da Câ­mara, onde as des­pesas cor­rentes não baixam apesar da sig­ni­fi­ca­tiva re­dução de pes­soal e da di­mi­nuição do in­ves­ti­mento mu­ni­cipal (o que sig­ni­fica que se gasta cada vez mais di­nheiro com o fun­ci­o­na­mento da Câ­mara, apesar de esta cada vez ter menos pes­soas a fazer menos em termos de obras na ci­dade).

Por outro lado, re­la­taram Artur Ri­beiro, Do­mingos Oli­veira, Pedro Car­valho e Rui Sá, «são cada vez mai­ores os com­pro­missos com as en­ti­dades pres­ta­doras de ser­viços, o que sig­ni­fica que as pró­ximas câ­maras vão ter ele­vados com­pro­missos fi­nan­ceiros».

 



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