Serviços secretos dos EUA

Teia inextricável

Os ser­viços de se­gu­rança norte-ame­ri­canos cri­ados na sequência dos aten­tados de 11 de Se­tembro tor­naram-se tão ex­tensos, se­cretos e com­plexos que é im­pos­sível ave­ri­guar com pre­cisão a sua efi­cácia, con­cluiu uma grande in­ves­ti­gação do jornal Washington Post.

O tra­balho, in­ti­tu­lado «Top Se­cret Amé­rica», re­sulta de dois anos in­ves­ti­gação em que par­ti­ci­param 20 jor­na­listas do diário norte-ame­ri­cano. Nele afirma-se que, nove anos de­pois dos aten­tados às torres gé­meas, «o mundo se­creto que o go­verno criou (...) tornou-se tão vasto, di­fícil de ma­no­brar e se­creto que nin­guém sabe quanto custa, quantas pes­soas em­prega, quantos pro­gramas existem nem quantos ser­viços di­fe­rentes efec­tuam as mesmas ta­refas».

Ilus­trado com vá­rios grá­ficos, o tra­balho do Washington Post foi pu­bli­cado nesta se­mana em três partes, sendo a pri­meira in­ti­tu­lada «Um mundo se­creto que cresce sem con­trolo».

O jornal con­ta­bi­lizou 1271 agên­cias go­ver­na­men­tais e 1931 em­presas pri­vadas, re­par­tidas por 10 mil ins­ta­la­ções nos Es­tados Unidos, que tra­ba­lham para os ser­viços se­cretos. Ao todo o dis­po­si­tivo em­pre­gará cerca de 854 mil pes­soas. Só na ca­pital norte-ame­ri­cana foram cons­truídos ou estão em fase de con­clusão 33 edi­fí­cios para este fim.

O Washington Post su­blinha que a am­pli­tude da bu­ro­cracia re­sulta em re­dun­dân­cias ad­mi­nis­tra­tivas: 51 or­ga­ni­za­ções fe­de­rais si­tu­adas em 15 ci­dades estão in­cum­bidas de fis­ca­lizar a cir­cu­lação de fundos de redes ter­ro­ristas. A enorme má­quina produz re­la­tó­rios em tão grande nú­mero (cerca de 50 mil por ano), que «muitos deles são sim­ples­mente ig­no­rados».

Por outro lado a efi­ci­ência dos ser­viços deixa muito a de­sejar, já que, apesar dos gi­gan­tescos meios de que dis­põem, não foram ca­pazes de an­te­cipar o aten­tado num avião que fazia a li­gação Ames­terdão-De­troit no dia de Natal, nem o mas­sacre de Fort Hood, no Texas, que fez 13 mortos em No­vembro.

Tendo dado co­nhe­ci­mento do es­tudo a res­pon­sá­veis do go­verno, o jornal ex­plica que, por essa razão, al­gumas in­for­ma­ções foram re­ti­radas da versão pu­bli­cada, que também está dis­po­nível na In­ternet (http://​pro­jects.washing­ton­post.com/​top-se­cret-ame­rica).



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