500 acções contra o PEC

Não baixar a bandeira da luta

Je­ró­nimo de Sousa par­ti­cipou, na úl­tima se­mana, em vá­rias ini­ci­a­tivas par­ti­dá­rias no Alen­tejo, no âm­bito das 500 ac­ções contra o PEC. Moura, Por­ta­legre e San­tiago do Cacém foram os con­ce­lhos vi­si­tados.

Du­rante o Verão, o Par­tido con­tinua bas­tante ac­tivo por todo o País

O Co­mité Cen­tral do Par­tido de­cidiu em Abril a re­a­li­zação de um vasto con­junto de ini­ci­a­tivas de con­tacto com os tra­ba­lha­dores e o povo sob o lema 500 ac­ções contra o PEC e, um pouco por todo o País, as or­ga­ni­za­ções e mi­li­tantes co­mu­nistas têm es­tado na rua, em ac­ções di­ver­si­fi­cadas, com um mesmo ob­jec­tivo: de­nun­ciar as me­didas anti-so­ciais con­tidas no Pro­grama de Es­ta­bi­li­dade e Cres­ci­mento (PEC) e nas «me­didas de aus­te­ri­dade», um e ou­tras im­postos pelo PS e PSD; e mo­bi­lizar os tra­ba­lha­dores e o povo para a re­sis­tência e para a luta.

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Em al­gumas destas ac­ções par­ti­cipam di­ri­gentes do Par­tido, entre eles Je­ró­nimo de Sousa. Foi o que acon­teceu em Moura, no dia 13. Acom­pa­nhado por qua­dros lo­cais e re­gi­o­nais do PCP, Je­ró­nimo de Sousa vi­sitou di­versas ins­ti­tui­ções lo­cais, entre as quais a em­presa que gere o Parque Tec­no­ló­gico de Moura. Na oca­sião, o Se­cre­tário-geral do PCP va­lo­rizou o pro­jecto e o in­ves­ti­mento feito pela au­tar­quia.

Num en­contro com a po­pu­lação, em plena rua, Je­ró­nimo de Sousa acusou o PSD de apoiar as po­lí­ticas do Go­verno e de, jun­ta­mente com este úl­timo, aprovar as me­didas «do­lo­rosas que estão a atingir o povo». Sendo o PS que está no Go­verno, a ver­dade é que as me­didas mais gra­vosas do PEC e do PEC 2 só foram apro­vadas porque con­taram com o apoio do PSD que, iro­niza, «ar­ranjou agora um ar mo­derno com um novo líder». Je­ró­nimo de Sousa apelou aos pre­sentes para não se es­que­cerem que para lá das «zangas» e dos «ar­rufos» entre esses dois par­tidos eles unem-se quando a questão é «aprovar leis in­justas contra os tra­ba­lha­dores e o povo».

 Res­pon­sa­bi­li­dades pas­sadas

 

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Também no que res­peita às res­pon­sa­bi­li­dades na si­tu­ação ac­tual do País, PS e PSD (e mais o CDS-PP) pedem meças um ao outro. Foi esta ideia que Je­ró­nimo de Sousa trans­mitiu no sá­bado, du­rante o al­moço-con­vívio em San­tiago do Cacém. Se­gundo o di­ri­gente co­mu­nista, a crise já es­tava ins­ta­lada no País de­vido à po­lí­tica de di­reita apli­cada ao longo de mais de 30 anos por ambos os par­tidos, com ou sem o CDS.

Antes de 2009, lem­brou, já o de­sem­prego tinha dis­pa­rado, já o País es­tava a braços com os seus dé­fices es­tru­tu­rais (ex­terno, agro-ali­mentar ou ener­gé­tico) e já es­tava de­pen­dente do ex­te­rior. No Alen­tejo, acres­centou Je­ró­nimo de Sousa, a de­ser­ti­fi­cação era uma re­a­li­dade antes disso, bem como o aban­dono da agri­cul­tura, e as for­tunas já se con­cen­travam nas mãos de um pu­nhado de grupos eco­nó­micos, ao mesmo tempo que se des­truía o apa­relho pro­du­tivo na­ci­onal.

«O Go­verno não se safa das suas res­pon­sa­bi­li­dades pró­prias», acusou o di­ri­gente co­mu­nista, não es­que­cendo que o PSD «também foi res­pon­sável» pela si­tu­ação do País pela sua acção «des­trui­dora» quando es­teve no go­verno.

O dé­fice das contas pú­blicas – que PS e PSD afirmam querer re­duzir com o PEC e o PEC 2 – foi agra­vado pre­ci­sa­mente pelas op­ções po­lí­ticas do Go­verno, que também nesse caso teve o apoio do PSD. Je­ró­nimo de Sousa ex­plicou, de­pois, que a trans­fe­rência de mi­lhares de mi­lhões de euros para a banca (que «andou anos a lu­crar na es­pe­cu­lação) «abriu um bu­raco» nas contas pú­blicas – o mesmo que PS e PSD pre­tendem agora «tapar» com o PEC, pre­ju­di­cando quem nada fez para o criar...

O ca­minho da luta

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As mesmas ideias tinha-as trans­mi­tido Je­ró­nimo de Sousa na vés­pera, em Por­ta­legre. Numa sessão pú­blica, o di­ri­gente do PCP va­lo­rizou a luta tra­vada pelos tra­ba­lha­dores e pelo povo contra as me­didas anti-so­ciais do Go­verno e do PSD, des­ta­cando que «é disto que eles têm medo, da luta or­ga­ni­zada como o foi aquela gran­diosa ma­ni­fes­tação de 29 de Maio».

Mas se esta jor­nada his­tó­rica teve – e con­tinua a ter – grande im­por­tância, não «po­demos su­bes­timar as pe­quenas lutas». Em Por­ta­legre, por exemplo, a jor­nada de dia 8 de Julho trouxe mais gente à rua do que o 1.º de Maio. A di­mensão na­ci­onal deste pro­testo não se viu «porque a co­mu­ni­cação so­cial não a mos­trou». Mas a luta travou-se, ga­rantiu Je­ró­nimo de Sousa.

Para o fu­turo, o di­ri­gente do PCP alertou que «se eles pu­derem, se sen­tirem que os tra­ba­lha­dores e o povo baixam os braços, lá vi­riam mais me­didas gra­vosas e in­justas». Sob fogo do PSD pa­rece estar já a pró­pria Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa. E porquê? Por estar «do lado da luta» e por re­co­nhecer os di­reitos uni­ver­sais ao tra­balho, à greve, à saúde, à edu­cação ou à pro­tecção so­cial.

Con­fi­ante de que este será um com­bate «duro e pro­lon­gado», o Se­cre­tário-geral do PCP lem­brou que «já vi­vemos tempos bem mais di­fí­ceis, quando lutar era proi­bido, e este Par­tido nunca baixou a ban­deira». Também nestes tempos que vi­vemos, «que con­vidam à de­sis­tência, este Par­tido con­tinua a per­sistir. Não temos o di­reito de estar can­sados de­mais».  



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