Nicarágua celebrou revolução

Mais de meio mi­lhão de pes­soas par­ti­cipou, dia 19, na ca­pital Ma­nágua e nou­tras ci­dades do país, nas ce­le­bra­ções do 31.º ani­ver­sário do triunfo da re­vo­lução san­di­nista, que em 1979 pôs fim a mais de 40 anos de di­ta­dura im­posta pela fa­mília So­moza.

A di­nastia san­gui­nária da oli­gar­quia ni­ca­ra­guense aliada ao im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano ini­ciou-se com Anas­tacio So­moza, em 1936, des­crito pelo então pre­si­dente dos EUA, Fran­klin Ro­o­se­velt, como «um bas­tardo, mas o nosso bas­tardo».

De­pois do as­sas­si­nato de Anas­tacio, su­cedeu-lhe o seu filho, Luis So­moza, que go­vernou com igual des­po­tismo até 1967 sendo pre­ce­dido pelo irmão, Anas­tasio So­moza De­bayle, até ao der­rube da di­ta­dura, a 19 de Julho de 1979.

Nos 21 anos que du­raram os pri­meiros go­vernos da Frente San­di­nista de Li­ber­tação Na­ci­onal (FSLN), im­por­tantes con­quistas po­lí­ticas e so­ciais foram al­can­çadas, de entre as quais se des­tacam o es­ta­be­le­ci­mento na Cons­ti­tuição do di­reito à edu­cação pú­blica e gra­tuita, do pré-es­colar à uni­ver­si­dade; a re­dução do anal­fa­be­tismo, nos pri­meiros meses de 1980, de mais de 50 por cento para apenas 12,9 por cento; a am­pli­ação da es­pe­rança de vida dos 50 para os 63 anos; o re­co­nhe­ci­mento, por parte da Or­ga­ni­zação Mun­dial de Saúde, da Ni­ca­rágua como «mo­delo de atenção à saúde»; a re­dução do la­ti­fúndio de 36 para 10 por cento e a dis­tri­buição de terras in­cultas por mais de 120 mil fa­mí­lias des­fa­vo­re­cidas; o es­ta­be­le­ci­mento da li­ber­dade sin­dical e o sur­gi­mento de quase seis mil es­tru­turas re­pre­sen­ta­tivas de tra­ba­lha­dores afectas a seis cen­trais sin­di­cais di­fe­rentes.

No seu dis­curso, o pre­si­dente da Ni­ca­rágua, Da­niel Or­tega, lem­brou o pas­sado mas cen­trou-se, so­bre­tudo, na pre­sente go­ver­nação san­di­nista, ini­ciada em Ja­neiro de 2007.

Mi­lhares de hec­tares de terra foram res­ti­tuídos à pro­pri­e­dade co­mu­ni­tária e im­por­tantes avanços foram re­gis­tados no for­ne­ci­mento de energia eléc­trica no país e na re­cons­trução de pro­gramas des­ti­nados a com­bater as de­si­gual­dades so­ciais exem­pli­ficou.

A atestar as pa­la­vras de Or­tega, a Or­ga­ni­zação das Na­ções Unidas para a Agri­cul­tura e a Ali­men­tação (FAO) veio, dias de­pois das ce­le­bra­ções em Ma­nágua, con­firmar a Ni­ca­rágua como um exemplo a nível mun­dial em ma­téria de so­be­rania e se­gu­rança ali­mentar. O país é pi­o­neiro nessa es­fera não apenas pela pro­dução de ali­mentos mas também pela forma como os dis­tribui à po­pu­lação a preços mó­dicos ou mesmo sem qual­quer custo, nos casos de mais grave ca­rência.


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