Delegações internacionais confirmam

Fossa comum com 2 mil cadáveres na Colômbia

Uma de­le­gação in­ter­na­ci­onal que in­te­grou seis de­pu­tados ao Par­la­mento Eu­ropeu, dez di­ri­gentes sin­di­cais, três mem­bros do par­la­mento bri­tâ­nico, três de­le­gados es­pa­nhóis e dois norte-ame­ri­canos, bem como ad­vo­gados e di­ri­gentes de ONG´s, cer­ti­ficou, na pas­sada sexta-feira, a exis­tência de uma vala comum com cerca de 2 mil ca­dá­veres não iden­ti­fi­cados em Ma­ca­rena, na Colômbia, re­gião onde o Plano Colômbia, acor­dado com os EUA, se fez sentir com pu­jança. Ma­ca­rena é uma das zonas co­lom­bi­anas onde se re­gistam mais casos de de­tenção mas­siva, ex­pulsão da ha­bi­tação e exílio for­çado com perda de bens, maus-tratos fí­sicos e psi­co­ló­gicos, e exe­cu­ções extra-ju­di­ciais.

Os eu­ro­de­pu­tados par­ti­ci­param ainda numa au­di­ência pú­blica sobre o tema, à qual com­pa­re­ceram cerca de 500 cam­po­neses das re­giões de Guaya­bero, Ariari, Güéjar, Gua­viare e Ca­quetá, acom­pa­nhados por de­pu­tados da opo­sição co­lom­biana e pela se­na­dora Pi­edad Cór­doba. A ini­ci­a­tiva pú­blica foi con­vo­cada pelo Se­nado da Re­pú­blica e di­na­mi­zada pela Co­missão Even­tual para a Paz e para um Acordo Hu­ma­ni­tário, co­or­de­nada pela se­na­dora do Pólo De­mo­crá­tico Al­ter­na­tivo, Gloria Inés Ra­mírez.

Se­gundo tes­te­mu­nhos dos par­ti­ci­pantes, entre os corpos es­tarão muitos dos cha­mados «falsos po­si­tivos», jo­vens, ho­mens e mu­lheres as­sas­si­nados pelo exér­cito co­lom­biano e pelos grupos pa­ra­mi­li­tares e, pos­te­ri­or­mente, apre­sen­tados como com­ba­tentes das FARC-EP aba­tidos.

Há um ano, o total de queixas por «falsos po­si­tivos» no Mi­nis­tério Pú­blico da Colômbia so­mavam 686. A maior vala comum da Amé­rica La­tina fica si­tuada junto a um quartel do exér­cito co­lom­biano.

No pas­sado dia 11 de Março, a Alta Co­mis­sária das Na­ções Unidas para os Di­reitos Hu­manos, Navi Pillay, di­vulgou um re­la­tório onde de­nuncia a sis­te­má­tica vi­o­lação dos di­reitos hu­manos no país. Os prin­ci­pais alvos das tor­turas, dos as­sas­si­natos, das ame­aças, das per­se­gui­ções e da es­pi­o­nagem são sin­di­ca­listas, jor­na­listas, ad­vo­gados e mem­bros das co­mu­ni­dades ori­gi­ná­rias, entre ou­tros.

Crimes de Uribe

Pa­ra­le­la­mente à au­di­ência em Ma­ca­rena, os inqué­ritos re­a­li­zados pela jus­tiça co­lom­biana não cessam de re­velar os hor­rores da po­lí­tica le­vada a cabo du­rante os go­vernos re­gi­o­nais e na­ci­o­nais de Álvaro Uribe.

De acordo com re­latos de um ex-ope­ra­ci­onal das Au­to­de­fesas Unidas da Colômbia, em Me­dellín, na pro­víncia de An­ti­o­quia (mas sus­peita-se que também na área Norte de San­tander), aquando da li­de­rança local de Uribe, os pa­ra­mi­li­tares usavam fornos cre­ma­tó­rios para apa­garem os ves­tí­gios fí­sicos da sua acção cri­mi­nosa. A jus­tiça co­lom­biana está a se­guir as pistas in­di­cadas pelos an­tigos com­ba­tentes nas fi­leiras mer­ce­ná­rias e acre­dita que, bre­ve­mente, novos dados serão co­nhe­cidos sobre a exis­tência de fornos cre­ma­tó­rios na Colômbia usados para fazer de­sa­pa­recer os corpos dos que mais se des­ta­caram na opo­sição ao re­gime oli­gár­quico vi­gente.



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