Natal amargo na Administração Pública

Frente Comum repudia «prendas»

Os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica con­cen­tram-se esta tarde di­ante do Mi­nis­tério das Fi­nanças para, an­te­ci­pando o Natal, «pren­darem» o Go­verno.

As «prendas» serão re­tri­buídas a «Tei­xeira dos Bancos»

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Na nota onde anuncia a ini­ci­a­tiva com ani­mação te­a­tral, a Frente Comum dos Sin­di­catos da Ad­mi­nis­tração Pú­blica sa­li­enta que esta apa­ren­te­mente pe­quena brin­ca­deira é muito séria, por se tratar de uma acção para con­testar e de­nun­ciar as «prendas» para os tra­ba­lha­dores con­tidas no Or­ça­mento do Es­tado, apro­vado com os votos do PS e do PSD.

A acção ocorre a pro­pó­sito desta quadra fes­tiva, em que «pa­trões e go­ver­nantes gostam de exibir a sua cos­tela(zinha) so­li­dária, dis­tri­buindo “gra­ci­nhas” pelos seus “co­la­bo­ra­dores”, leia-se, tra­ba­lha­dores», ex­plicou a Frente Comum.

Re­bap­ti­zado o mi­nistro como «Tei­xeira dos Bancos», a ani­mação de­cor­rerá «à porta do que já é co­nhe­cido por “Mi­nis­tério dos Ga­manços” (ou­trora Fi­nanças)».

Os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica serão agra­ci­ados por um mi­nistro «que se as­sume como um ver­da­deiro Pai Natal» e que dis­tri­buirá «pre­sentes». «Como a boa edu­cação manda que quem re­cebe deve re­tri­buir», também os tra­ba­lha­dores e os re­pre­sen­tantes sin­di­cais «pren­darão» o mi­nistro, ga­rantiu a Frente Comum.

Para esta acção con­ver­girão também os tra­ba­lha­dores do sector pri­vado e os tra­ba­lha­dores re­for­mados, após outra ini­ci­a­tiva pro­mo­vida pela União dos Sin­di­catos de Lisboa, ao início da tarde, na baixa lis­boeta.

 

Greve no ISS

 

Os cerca de 700 tra­ba­lha­dores dos equi­pa­mentos de acção so­cial do Centro Dis­trital de Se­gu­rança So­cial de Lisboa ti­nham mar­cada uma greve para ontem, com con­cen­tração, di­ante da sede do Con­selho Di­rec­tivo do Ins­ti­tuto da Se­gu­rança So­cial (ISS) na Rua Rosa Araújo, em Lisboa, a partir das 10.30 horas. Vão re­clamar res­postas con­cretas quanto ao seu fu­turo pro­fis­si­onal, que con­si­deram poder estar com­pro­me­tido com a trans­fe­rência de equi­pa­mentos pú­blicos do ISS para a Santa Casa da Mi­se­ri­córdia de Lisboa.

Con­vo­cada pelo Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Função Pú­blica do Sul e Açores, esta luta também re­clama a ma­nu­tenção do es­ta­tuto pro­fis­si­onal e do vín­culo pú­blico dos tra­ba­lha­dores dos equi­pa­mentos a ser trans­fe­ridos. Pre­tende ainda re­pu­diar quais­quer des­pe­di­mentos, no­me­a­da­mente de aju­dantes fa­mi­li­ares e amas, bem como de tra­ba­lha­dores con­tra­tados através de em­presas de tra­balho tem­po­rário, es­cla­receu o sin­di­cato, no pré-aviso.

A acção também visa con­denar a «pre­po­tência do ISS, que não es­cla­rece os seus tra­ba­lha­dores e se “des­carta” dos mesmos sem uma pa­lavra».

Rei­vin­di­cando co­nhecer os con­tornos reais desta tran­sição, o sin­di­cato per­gunta, na con­vo­ca­tória da greve, se «será acei­tável que os utentes dos equi­pa­mentos sejam to­tal­mente des­con­si­de­rados, co­me­çando um ano lec­tivo no ISS e ter­mi­nando-o na SCML». Quem irá pagar o sa­lá­rios de Ja­neiro e se a SCML tem ca­pa­ci­dade fi­nan­ceira para re­ceber os cerca de 700 tra­ba­lha­dores são «per­guntas sem res­posta que exigem acção por parte dos tra­ba­lha­dores», con­si­dera o sin­di­cato da CGTP-IN.

 



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