Voz das conquistas de Abril

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Abril foi muito mais do que a subs­ti­tuição de um re­gime di­ta­to­rial por um outro, de­mo­crá­tico, e no Avante! dos pri­meiros anos da re­vo­lução por­tu­guesa en­con­tramos re­la­tadas as glo­ri­osas pá­ginas da cons­trução de um País com­ple­ta­mente novo.

À de­mo­cra­ti­zação po­lí­tica então em curso tinha que cor­res­ponder a de­mo­cra­ti­zação eco­nó­mica, so­cial e cul­tural, e a essa em­presa le­vada a cabo pelas massas po­pu­lares de­dicou o jornal do Par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores o me­lhor das suas forças.

Adi­an­tando-se não raras vezes à ini­ci­a­tiva dos ór­gãos de so­be­rania, o povo por­tu­guês trans­for­mava as re­la­ções so­ciais e pro­jec­tava uma forma de or­ga­ni­zação da so­ci­e­dade mais justa, par­ti­ci­pada e de­sen­vol­vida, con­quis­tando ob­jec­ti­va­mente o fu­turo. O Órgão Cen­tral do PCP cum­priu o papel que lhe es­tava des­ti­nado em tão exal­tante pro­cesso.

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Du­rante os go­vernos pro­vi­só­rios li­de­rados por Vasco Gon­çalves, os tra­ba­lha­dores e o povo ti­veram no exe­cu­tivo um só­lido aliado nesse salto em frente, por isso, mesmo de­pois do seu afas­ta­mento pela re­acção ca­pi­ta­lista, o «com­pa­nheiro Vasco» per­durou no co­ração de muitos por­tu­gueses para quem a gra­tidão não é uma pa­lavra vã.

Du­ra­douras, ainda, e du­rante muitos anos mo­ti­vando tenaz re­sis­tência das massas em sua de­fesa, as con­quistas de Abril que o Avante! tão am­pla­mente pro­moveu e di­vulgou: a Re­forma Agrária e as pro­fundas al­te­ra­ções que pro­duzia na vida de mi­lhares de tra­ba­lha­dores ru­rais do Alen­tejo e Ri­ba­tejo; a re­par­tição mais equi­li­brada da ri­queza entre ca­pital e tra­balho; os ser­viços pú­blicos de saúde, edu­cação e pre­vi­dência, e a fruição do lazer e acesso à cul­tura; os di­reitos so­ciais e la­bo­rais e o di­reito à ha­bi­tação; o con­trolo e gestão ope­rária; o sector em­pre­sa­rial do Es­tado e a pro­pri­e­dade pú­blica dos sec­tores fun­da­men­tais no quadro de uma eco­nomia ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

Estes são ele­mentos sem os quais não é pos­sível com­pre­ender o al­cance da Re­vo­lução de Abril, e que o Avante! con­tinua a afirmar como im­pres­cin­dí­veis para su­perar o de­clínio na­ci­onal rumo à cons­trução de uma de­mo­cracia avan­çada num Por­tugal de pro­gresso, jus­tiça e so­be­rania.

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