Berlusconi privatiza coliseu romano

O go­verno ita­liano de­cidiu en­tregar o Co­liseu de Roma ao em­pre­sário Diego della Valle, pro­pri­e­tário da marca de sa­patos Tod's e sócio de grupos de dis­tri­buição e de im­prensa.

Se­gundo o jornal El País (05.04), o acordo foi as­si­nando em 27 de Ja­neiro e apre­sen­tado como um acto ge­ne­roso de me­ce­nato por parte do in­dus­trial do sa­pato que, a troco de 25 mi­lhões de euros em obras de res­tau­ração, fica dono e se­nhor do Co­liseu, por um pe­ríodo de 15 anos, po­dendo afixar o lo­gó­tipo da sua em­presa nas en­tradas e an­daimes e ainda cons­truir um «cento de ser­viços» na zona.

Porém, o sin­di­cato UIL/​Cul­tura le­vanta sé­rias dú­vidas quanto à le­ga­li­dade do con­trato, cujos termos pre­cisos não foram di­vul­gados, em pri­meiro lugar, porque a Cons­ti­tuição ita­liana in­cumbe di­rec­ta­mente o Es­tado da res­pon­sa­bi­li­dade pelo an­fi­te­atro.

Em de­cla­ra­ções ao re­fe­rido diário es­pa­nhol, Gi­an­franco Ce­ra­soli, se­cre­tário-geral da UIL/​Cul­tura, re­velou que o sin­di­cato já apre­sentou queixa à pro­cu­ra­doria e ao tri­bunal de contas so­li­ci­tando uma in­ves­ti­gação do ne­gócio. Por um lado, ex­plica, «tudo foi feito a grande ve­lo­ci­dade de­pois de o con­curso ter sido de­cla­rado de­serto». Por outro, «o mon­tante do acordo é cla­ra­mente baixo, já que qual­quer eco­no­mista sabe que a ope­ração ge­rará no mí­nimo 200 mi­lhões de euros, porque con­cede à em­presa, en­quanto du­rarem as obras, os di­reitos de imagem e co­mer­ci­a­li­zação do Co­liseu em todo o mundo».

Nos úl­timos anos, a pre­texto de falta de meios pú­blicos, o go­verno ita­liano tem con­ces­si­o­nado boa parte da gestão do pa­tri­mónio cul­tural e mu­se­o­ló­gico do país a um pu­nhado de em­presas, entre as quais também está o grupo edi­to­rial Electa Mon­da­dori, pro­pri­e­dade do pró­prio pri­meiro-mi­nistro, Silvio Ber­lus­coni.



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