Magistrados questionam decisão

Sortu ilegalizado

A jus­tiça es­pa­nhola negou mais uma vez à es­querda in­de­pen­den­tista basca o di­reito de se cons­ti­tuir em par­tido po­lí­tico, proi­bindo a ins­crição da nova for­mação Sortu. O co­légio de ma­gis­trados di­vidiu-se sobre os fun­da­mentos da de­cisão.

Juízes afirmam que a ile­ga­li­zação está ba­seada em con­jec­turas

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Sete dos 16 juízes que cons­ti­tuem a Sala 61 do Tri­bunal Su­premo es­pa­nhol emi­tiram, dia 1, uma de­cla­ração de voto, na qual con­si­deram que a de­cisão final de ile­ga­lizar o Sortu está ba­seada em «ci­ta­ções par­ciais e con­jec­turas in­com­pa­tí­veis com inú­meros ele­mentos que as con­tra­dizem».

No­tando que os es­ta­tutos do novo par­tido são claros no que toca à re­núncia à vi­o­lência, o do­cu­mento con­si­dera que «re­sulta obri­ga­tório, se­gundo os prin­cí­pios do Es­tado de Di­reito ad­mitir a ac­ti­vi­dade po­lí­tica» do Sortu.

Os ma­gis­trados dis­cor­dantes su­bli­nham que no pro­cesso não se de­monstra que o Sortu seja uma con­ti­nu­ação de or­ga­ni­za­ções an­te­ri­ores ile­ga­li­zadas: «Não se con­segue des­mentir que a cri­ação do novo par­tido cons­titui uma ten­ta­tiva, de pelo menos uma parte do mundo abertzal, de que no País Basco sejam de­fen­didas de­ter­mi­nadas as­pi­ra­ções po­lí­ticas in­de­pen­den­tistas por vias es­tri­ta­mente po­lí­ticas, aban­do­nando a vi­o­lência e toda a co­ni­vência com ela».

Por outro lado, pros­segue o do­cu­mento, a ile­ga­li­zação do par­tido im­pede que «uma parte do elei­to­rado do País Basco e Na­varra, iden­ti­fi­cada com a es­querda abertzal», seja re­pre­sen­tada por «um par­tido pró­prio para as­pirar a tomar parte nas ins­ti­tui­ções eleitas de­mo­cra­ti­ca­mente, e em geral, par­ti­cipar na ac­ti­vi­dade po­lí­tica».

Acresce que, na opi­nião destes sete juízes do Su­premo, «só há lugar para a ile­ga­li­zação de um par­tido com base nas suas ac­ti­vi­dades e con­duta (...). Não há lugar à ile­ga­li­zação pre­ven­tiva», as­si­na­lando ainda que a es­querda in­de­pen­den­tista «cons­titui uma opção ide­o­ló­gica le­gí­tima, sus­cep­tível de se ex­pressar através da par­ti­ci­pação po­lí­tica que a lei per­mite».

No sá­bado, 2, cerca de 26 mil pes­soas ma­ni­fes­taram-se em Bilbau para exigir a nor­ma­li­zação po­lí­tica no País Basco e a le­ga­li­zação de todas as op­ções, con­de­nando a de­cisão mai­o­ri­tária do Su­premo de proibir o Sortu.



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