Eleições na Finlândia

Vaga populista

O par­tido con­ser­vador Ko­ko­omus venceu as elei­ções le­gis­la­tivas fin­lan­desas, re­a­li­zadas no do­mingo, nas quais a ex­trema-di­reita emergiu como ter­ceira força, quase exequo com os so­ciais-de­mo­cratas.

A ex­trema-di­reita ca­pi­ta­liza des­con­ten­ta­mento na Fin­lândia

Os con­ser­va­dores, li­de­rados pelo mi­nistro das Fi­nanças ces­sante, Jyrki Ka­tainen, ob­ti­veram 20,4 por cento dos votos e 44 dos 200 as­sentos par­la­men­tares do Edus­kunta (Par­la­mento fin­landês). A pouca dis­tância fi­caram os so­ciais-de­mo­cratas com 42 de­pu­tados e 19,1 por cento dos votos. Mas, pra­ti­ca­mente com a mesma per­cen­tagem, surgiu o par­tido na­ci­o­na­lista de ex­trema-di­reita Pe­rus­su­o­ma­laiset (Ver­da­deiros Fin­lan­deses), que al­cançou 19 por cento dos votos e 39 lu­gares, a única força a subir mul­ti­pli­cando por oito o re­sul­tado ob­tido nas elei­ções le­gis­la­tivas de 2007.

O su­frágio re­gistou a ele­vada taxa de par­ti­ci­pação de 70,4 por cento, mais 2,5 pontos per­cen­tuais do que nas an­te­ri­ores le­gis­la­tivas, facto que acen­tuou o des­ca­labro do par­tido cen­trista da pri­meira-mi­nistra Mari Ki­vi­niemi, que caiu sete pontos per­cen­tuais (15,8 por cento), per­dendo 17 dos 52 de­pu­tados com que antes con­tava.

Ki­vi­niemi re­co­nheceu a der­rota e ad­mitiu que o ver­da­deiro ven­cedor das elei­ções foram os na­ci­o­na­listas li­de­rados por Timo Soini, po­lí­tico que apro­veitou a crise da dí­vida pú­blica em al­guns países da UE para ma­ni­festar a sua opo­sição aos planos de «sal­va­mento» de países como Por­tugal.

De modo menos di­recto, também os so­ciais-de­mo­cratas cri­ti­caram o «plano de ajuda» a Por­tugal, que prevê uma con­tri­buição fin­lan­desa na ordem dos oito mil mi­lhões de euros para o Fundo Eu­ropeu de Es­ta­bi­li­dade Fi­nan­ceira.

Porém, a su­bida da ex­trema-di­reita é in­se­pa­rável dos es­cân­dalos que aba­laram o go­verno che­fiado pelos cen­tristas e le­varam à de­missão do pri­meiro- mi­nistro, Matti Va­nhanen, na an­te­rior le­gis­la­tura, bem como do des­con­ten­ta­mento po­pular mo­ti­vado pelo agra­va­mento da crise eco­nó­mica e pelas po­lí­ticas anti-so­ciais que também se abatem sobre os fin­lan­deses.



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