Privatizações e redução de salários

Mais austeridade na Grécia

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Um ano após a en­trada do FMI, a si­tu­ação eco­nó­mica e fi­nan­ceira da Grécia con­tinua a agravar-se. Sem en­carar outro tipo de so­lu­ções, o go­verno so­cial-de­mo­crata de Pa­pan­dreou anun­ciou, dia 15, um novo pa­cote de aus­te­ri­dade que in­clui um vasto pro­grama de pri­va­ti­za­ções, bem como cortes dra­co­ni­anos nas des­pesas so­ciais, nos sa­lá­rios da função pú­blica e nas pen­sões.

Ao todo, o exe­cu­tivo pre­tende obter 76 mil mi­lhões de euros com a di­mi­nuição da des­pesa e o pro­duto da venda de em­presas e par­ti­ci­pa­ções do Es­tado. Assim, es­pera uma re­ceita de 50 mil mi­lhões com a venda de ac­tivos até 2015, e pou­panças de 1,2 mil mi­lhões (0,5% do PIB) no or­ça­mento da De­fesa, dois mil mi­lhões (0.9 % do PIB) com a re­dução de sa­lá­rios e ainda 2,5 mil mi­lhões (1,1% do PIB) no pa­ga­mento de pen­sões.

Em­bora as me­didas con­cretas só sejam anun­ci­adas de­pois da Páscoa, fontes go­ver­na­men­tais in­dicam que está pre­visto o au­mento da jor­nada se­manal de tra­balho na função pú­blica das ac­tuais 37,5 horas para as 40.

O plano de pri­va­ti­za­ções irá be­ne­fi­ciar, em pri­meiro lugar, os mo­no­pó­lios es­tran­geiros que já hoje detêm parte do ca­pital das em­presas pú­blicas gregas. É o caso da eléc­trica na­ci­onal, DEI, na qual o Es­tado vai re­duzir de 51 para 34 por cento a sua par­ti­ci­pação, per­mi­tindo que o grupo bri­tâ­nico Pu­blic Power Cor­po­ra­tion au­mente a sua quota.

O mesmo se passa nas te­le­co­mu­ni­ca­ções: o Es­tado reduz a sua parte para 20 por cento, dei­xando a em­presa nas mãos da Deutsche Te­lekom, que já hoje é ac­ci­o­nista mai­o­ri­tário.

Portos e ae­ro­portos estão igual­mente in­cluídos, pre­vendo-se que o grupo alemão Ho­ch­tief que gere o ae­ro­porto de Atenas venha a be­ne­fi­ciar de um alar­ga­mento das con­ces­sões.

As pri­va­ti­za­ções in­cidem ainda sobre a com­pa­nhia de ca­mi­nhos-de-ferro Trai­nose, a com­pa­nhia de gás Depa, a caixa de de­pó­sitos e o banco postal, ca­sinos, fá­bricas de ar­ma­mento, etc.

O go­verno grego pro­cura fazer crer que este plano irá fi­nal­mente re­lançar a eco­nomia e sa­near as fi­nanças pú­blicas, mas poucos acre­di­tarão que a drás­tica re­dução o poder de compra da po­pu­lação possa es­ti­mular a ac­ti­vi­dade eco­nó­mica ou que a venda de em­presas pú­blicas ren­tá­veis seja um bom ne­gócio para o Es­tado.



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