Segunda recessão no espaço de três anos

Política de direita afunda o País

Dados do INE di­vul­gados na pas­sada se­mana in­dicam uma queda do PIB pelo se­gundo tri­mestre con­se­cu­tivo. Para o PCP é a con­fir­mação de «uma re­cessão há muito anun­ciada».

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A queda de 0,7 % do Pro­duto In­terno Bruto (PIB) pelo se­gundo tri­mestre con­se­cu­tivo (o úl­timo de 2010 e o pri­meiro de 2011) e de uma quebra no mesmo valor para o tri­mestre ho­mó­logo, de acordo com nú­meros do INE di­vul­gados no dia 13, mos­tram assim que o País en­trou pela se­gunda vez em re­cessão nos úl­timos três anos.

A de­ter­minar esta re­cessão, na opi­nião do PCP, está a «queda abrupta da pro­cura in­terna, de­sig­na­da­mente do con­sumo das fa­mí­lias e do Es­tado», a par de uma «evo­lução ne­ga­tiva» do in­ves­ti­mento.

Re­a­gindo a esta evo­lução da nossa eco­nomia no pró­prio dia em que os in­di­ca­dores vi­eram a pú­blico, o PCP, em nota do seu Ga­bi­nete de Im­prensa, re­lembra que na origem desta re­cessão está a po­lí­tica de di­reita, «os su­ces­sivos PEC e or­ça­mentos do Es­tado que lhe deram ex­pressão, o rumo de de­sastre na­ci­onal que PS, PSD e CDS im­põem há mais de 35 anos».

In­dis­so­ciá­veis da re­cessão, do ponto de vista do PCP, é ainda o roubo nos sa­lá­rios e pen­sões, os cortes nas pres­ta­ções so­ciais, a de­gra­dação acen­tuada do in­ves­ti­mento pú­blico, a sub­missão às im­po­si­ções da União Eu­ro­peia e a «ori­en­tação geral des­ti­nada ao fa­vo­re­ci­mento dos grupos eco­nó­micos, da es­pe­cu­lação fi­nan­ceira e da má­xima acu­mu­lação e con­cen­tração de ri­queza nas mãos do ca­pital».

Re­cessão esta que se apro­fun­dará, ad­verte o PCP, caso venha a con­cre­tizar-se o que de­fine como «pacto de sub­missão e agressão ex­terna» que PS, PSD e CDS querem impor ao País. Num tal ce­nário, avisa, só é pos­sível es­perar «uma acen­tuada quebra na ac­ti­vi­dade eco­nó­mica», o em­po­bre­ci­mento do País, uma «cada vez maior de­pen­dência ex­terna».

O PCP re­fere ainda que é a pró­pria Co­missão Eu­ro­peia que, nas suas pre­vi­sões de Pri­ma­vera, con­firma a re­cessão no nosso País em 2011 e 2012 (es­tima uma queda do PIB de -2,2% este ano e de -1,8% no pró­ximo ano), acom­pa­nhada de um au­mento do de­sem­prego (12,3% em 2011 e 13% em 2012) e de uma queda do em­prego (-1,5% em 2011 e em 2012). O que tra­du­zido por miúdos cor­res­ponde, só em dois anos, à perda de mais de 150 mil postos de tra­balho e a um au­mento do de­sem­prego, em sen­tido lato, para a casa dos 900 mil.

Daí que, face à gra­vi­dade da si­tu­ação, seja ne­ces­sário in­verter o rumo de de­sastre em que per­sistem PS, PSD e CDS, in­cre­men­tando uma outra po­lí­tica que passa, no­me­a­da­mente, no en­tender dos co­mu­nistas, pela «ime­diata re­ne­go­ci­ação da dí­vida pú­blica», por me­didas ori­en­tadas para o cres­ci­mento eco­nó­mico e o em­prego «por via da va­lo­ri­zação da pro­dução na­ci­onal», pela tri­bu­tação dos grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros e das ope­ra­ções es­pe­cu­la­tivas, pela va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios e pen­sões, pelo com­bate às in­jus­tiças, pelo es­tí­mulo ao con­sumo e à ac­ti­vi­dade eco­nó­mica.



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