Concentração em Lisboa

Luta pela paz

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Na ocasião, Rui Namorado Rosa, presidente do CPPC, começou por lembrar que em Novembro do ano passado, por ocasião da Cimeira de Lisboa, a NATO procedeu à reforma da sua estrutura de comando estratégico e operacional, tendo anunciado a decisão de transferir para Portugal o «comando operacional» da Força Marítima de Reacção Rápida, conhecida pela designação «Strikfornato».

Este «comando operacional» abarca a Sexta Esquadra dos EUA e forças navais de outros estados membros, sob a autoridade do comandante da Sexta Esquadra e em directa coordenação com o Comandante Supremo das Forças Aliadas, em Bruxelas.

A Sexta Esquadra opera sobre a Europa e a África, em conjunto com outros membros da NATO e outras «cooperações estratégicas» dos EUA. «No breve período de tempo desde a actualização do seu Conceito Estratégico, aqui em Lisboa, em 20 de Novembro passado, até hoje, a NATO já revelou no Norte de África – e mais evidentemente na Líbia – qual a sua natureza e ao que vem», afirmou o pacifista, condenando os encontros com o Presidente da República, com a presidente da Assembleia da República, com o primeiro-ministro e com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, com quem acertou a transferência da «Strikffornato» para Portugal e a configuração da participação portuguesa nas missões da NATO (Kosovo, Afeganistão, Somália, Líbia, entre outros).

 

A NATO não é bem vinda

 

Entretanto, foi nomeado pelo Pentágono o contra-almirante norte-americano que comandará a Sexta Esquadra dos EUA e a Força Marítima de Reacção Rápida, que ficarão sediadas em Portugal, de acordo com a reforma da estrutura militar adoptada na última Cimeira da NATO.

«A NATO não é bem vinda em Portugal. Os objectivos e os meios pelos quais se rege e opera ofendem o povo português e a soberania de Portugal», salientou o presidente do CPPC, manifestando a sua «firme oposição» e «profunda preocupação» com estas diligências que pretendem concretizar os gravosos planos da NATO, e, em particular, «visam aprofundar o envolvimento do nosso País nas suas políticas, crescentemente mais agressivas e suas acções bélicas ilegítimas e cruéis, seguindo um rumo que contradiz os sentimentos e interesses do povo português e os preceitos constitucionais que nos regem, um rumo que é desastroso para o bem-estar e o futuro de todos os povos, num mundo em gravíssima crise social e económica».

«Estamos aqui, cada qual em nome das suas convicções e organizações, unidos em mais um acto de rejeição e protesto contra a existência da NATO e o comprometimento de Portugal nessa organização político-militar, unidos na luta pela paz e cooperação entre os povos, em oposição à exploração e agressividade do imperialismo», concluiu Rui Namorado Rosa.

 

Trabalhadores contra o militarismo

 

Também Célia Portela, em nome da União dos Sindicatos de Lisboa e da CGTP-IN, mostrou o seu «repúdio» pelos motivos que levaram o secretário-geral da NATO a Portugal, organização que é «responsável pela agressão a países e povos, da qual a mais actual é a que, há mais de seis meses, decorre na Líbia». «Esta intervenção militar viola o direito internacional e a carta das Nações Unidas, para além da Constituição da República Portuguesa», denunciou.

Sobre a transferência para Portugal do Quartel General da Força Aérea e Naval de Reacção Imediata da NATO, actualmente sediado na Itália, a dirigente sindical destacou que os trabalhadores não querem que Portugal «seja um trampolim para a agressão a outros povos» e que, em contrapartida, exigem «a saída de Portugal da NATO». «Queremos que os recursos gastos na guerra sejam aplicados na resolução dos graves problemas sociais com que os trabalhadores se defrontam», acrescentou Célia Portela.



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